sexta-feira, 17 de junho de 2011

Livres de Espera



Livres de espera
                Por Andrea Cristina Lopes


Já não me indaga mais
a esperança da tua vinda
e não me importuna esse acervo
de horas vazias, vazias de espera
vazios de encantos e vazias
de tantos não vires

Fartas apenas de prantos e dores
ofertadas por tuas mãos às minhas
d'onde por tanto alimentaram-te
os carinhos sem nada pedir-te
a não ser pela cor dos teus olhos
que combateram-me mortalmente
em minha demente e longa
vida de espera, de cúmplice
da tua alma, antes branda,
a melhor comparsa

Satisfaz-me simplesmente pensar que estás
e é assim que o hoje é melhor que o ontem
ou que semana passada, ou que na vida passada
ou … no que no sonho podado e jogado fora
ao pó da boçal amargura
único alimento que ora te sustenta
e resta

E se já nada mais há
ou que ainda me possas dar
dá-me do teu silêncio, da tua alma
desse fruto maior do teu tempo
e poupa-me do veneno cruel
com que te banhas envergando
e matando tua alma, e assim
à minha

Deixas-me, vez mais, te tocar
indo que nas mais longínquas
e remotas lembranças,
não tiras-me o doce sabor de te saber
ser toda esperança de uma meia vida
suspensa e reprimida

Permitas-me, um pouco mais a existência
se a ti mesmo não te permites
comigo, a coexistência
e quiça jamais novamente serás
capaz dum gesto novo, dum sonho novo
com a alma alva e recém amanhecida
em uma manhã clara de sol e plena
de quietude

E nesse silencio que é súplico
lanças-me ainda de teus olhos
um pouco mais e antes do amém
...
não te seja roubado o sonho
por aquilo que não vês
ou não assimilas
ou que te foi pelo tempo, tirado
e que não está em minhas mãos
sôfregas da tuas condutas
decisivas

Furtivo é esse tempo
que nos massacra à vontade
e dela nos arranca sagaz
sem termos horas certas
ou certeiras horas, só mortas horas
num sonho antigo, ora postergado
pela demora do destino
que não cumpre com sua parte
a parte mais bela e real
dessa história




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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Sob o luar - teus olhos


Sob o luar – teus olhos
                                                                Por Andrea Cristina Lopes


Teus olhos sob o luar
São trapiches luminosos
D´alma sedenta de amar


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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dor



Dor
    Por Andrea Cristina Lopes


Sufoco meu desespero
meu íntimo, meu grito
e nesse aflito não ter
tenho, só um misto
de tormento
e falta

Sorvem-me flores e lembranças
então dispo-me nos versos
que utopicamente espalhei
sobre o teu peito
lugar onde repousei
todo meu cansaço
e espera

Sofro, morro um pouco
e sofregamente me recolho
ao teu silencio quase mortal
onde nada é mais real
que esse dor
que se prende
nessas lágrimas ocres
e sem ação

Nada é tão intenso
e meu momento é
o desmanchar-me,
intento de desmistificar
o que não se desconstrói
tentativa de vida
onde quase tudo ruiu
ou se perdeu
antes de fluir

O hoje manifesta o tempo
tempo de recolhimento
tempo de parar
e apenas esperar
que o rio siga
na sua paz de sempre
na sua constância de sempre
na sua ânsia
de ir ao mar

Que sigam então suas águas
para outra dimensão
para um outro lugar
onde teus olhos
não retardem tanto
a me entrecortarem
outra vez

E nasçam de novo
novos e atentos
em um outro
momento
menos densos
de contratempos
talvez






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terça-feira, 14 de junho de 2011

Com os olhos do Amor




Com os olhos do Amor
                           
  Por Andrea Cristina Lopes

Friamente é que a tarde se encerra
E a noite calma quase se principia
Meus olhos recebem, então, as bençãos
P'ra presenciar o nascer de novo dia

Elevo meu olhar bem para o alto
O amor dos céus então posso receber
É claridade penetrando-me as células
E minha alma toda se faz estremecer

Amor é dom, é dádiva suprema
Agua limpa para toda sede saciar
Amor é entrega, é perdão, a ternura
Motricidade que ao universo faz girar



               


                 ***imagens google***











segunda-feira, 13 de junho de 2011

Acervo de Felicidade

Acervo de Felicidade
                         Por Andrea Cristina Lopes

 
É mesmo a felicidade algo engraçado. Surpreende-nos em determinados momentos em que não imaginamos nos submetermos e, ainda assim, nem sempre dura por um tanto tempo quanto gostaríamos.

Hoje, olho com atenção para todas essas pessoas que vão e voltam; transitam displicentes por esses corredores enormes e inacabáveis do shopping, nesse final de dia. Um final frio de dia, que lento, caminha para o anoitecer.

Há uma dezena, pelo menos, de transeuntes que se acomodaram meio que dormentes nas bancadas que dá para o teatro de bonecos. Estranho, pois hoje é terça feira e só há espetáculo previsto para o sábado.

Permanecem ali sonolentos, recolhidos, introspéctos a esperarem, não imagino pelo quê. Seus pensamentos vagando, a pairar sozinhos. São ausentes de tudo à sua volta. Sabe-se lá, assim como eu, onde gostariam de estar.

Vejo-os em seus incessantes passos, esses outros que caminham ao meu encontro. Tenho a nítida impressão que também, não vivem, Estão zumbificados. Apenas passam por entre os dias e anestesiados, seguem. Sem tempo algum para suas coisas particulares, dividem-se apenas entre trabalho e trânsito. Quase sem permanência em suas casas e seus entes. São passageiros em suas próprias vidas. Entram e saem dela sem muita ou nenhuma manifestação de gozo. Já não há espaço em seus dias, para se darem ou para que se recebam mutuamente.

Não me é possível imaginar que tipo de rotina se esconde sob os óculos daquele que ora observo, de terno escuro, alto, passos firmes, elegante. Apenas o tom de pele empalidecida o denuncia quanto à falta de sol. Caminha. Passos cronometrados em minha direção e, no entanto, não me vê.

Os prédios dessa cidade grande, bela e limpa, estão tão juntos, que tornam tudo muito mais frio. A luz quase nunca tem vez nesses vãos entre os edifícios. Alguns deles chegaram mesmo a ganhar uma tonalidade cinzenta pelo limo que se acumula pela falta de sol direto. Falta luz. Não só nas paredes, mas também nas construções enfileiradas até onde o topo da rua recomeça a descer, onde o sol se deita bem pelo final da tarde.

Essas pessoas que me transpassam nessa minha igual condição, são apenas rostos que insólitos avançam. Rostos sem vida, sem história, sem futuro conhecido, sem presente que se saiba. Passam e não veem nada. Que verdades estarão segredadas dentro de cada uma dessas faces, desses olhares fixos, desse ir e vir sem promessas? Sem talvez conhecerem a esperança no dia de sol de um provável amanhã, que pode ou não se achegar.

Esse frio me congela os ossos. Faz com que doam e ainda carrega em si, uma ponta de saudosa lembrança. A lembrança de um dia de calor. De um dia de muito sol. Sol a pino. Por volta do meio dia, quando o relógio solar não deixava dúvida alguma. Era um dia azul. Um azul quase agonizante.

Tínhamos fome. Era tarde. Perdemos a noção completa das horas. Nosso tempo e espaço resumiram-se em apenas nós dois. Decidimo-nos que iríamos até o shopping. Por lá procuraríamos algum lugar aprazível para comermos algo. Não fazíamos nenhuma questão de como fosse esse lugar, ou melhor, dizendo, esse não lugar. O que importava mesmo era o estar, o estarmos. E estávamos.

Tudo se mostrava tão perfeito que ríamos até mesmo a toa. Ríamos de tudo. Tudo nos era motivo para o riso. E quando parávamos e nos olhávamos, ríamos novamente. Dois adolescentes fora do tempo, fora do espaço, fora do acreditável.

Perguntamos para uma moça que estava parada ali no ponto de ônibus, se ela sabia o qual deveríamos tomar; o que nos levaria ao nosso destino. Ela, muito gentil, nos informou que seria o "duzentos e oito".

Entramos. Pagamos o passe e ficamos de pé. Ele segurava no suporte superior. Eu, não tão alta assim, quase tinha que me pendurar para manter-me firme e não pender. Se bem que se eu pendesse para o lado dele, seu corpo grande me ampararia e o toque dos nossos braços, um no outro era uma espécie de dança. Uma carinhosa dança. Uma demonstração de nosso grande afeto. E nesse estágio ao menor toque, nossa paixão acendia.

O ônibus foi seguindo pela avenida. Era larga e bem arborizada. E isso fazia com que ao passarmos sob as árvores mais frondosas, o calor que era muito, se refrescasse. Era nesse momento que ao respiramos, sentíamos um pouco mais de umidade. Umidade que se resguardava na sombra. E estávamos em pleno verão.

Aos poucos, fomos nos dando conta de que nos afastávamos do centro. Ao que ele perguntou para a cobradora se demoraria até chegarmos ao shopping. Ela riu. Respondeu que lotação era essa mesma, mas não a direção. Estávamos indo na direção oposta à que queríamos.

Mal conseguíamos manter o equilíbrio. Fomos acometidos de dores abdominais, tanto era nosso riso. Farto. Espontâneo. Contínuo e sem motivos, aparentes. Riamos simplesmente pela vontade de rir. Ríamos pela vida e como manifestação da felicidade que sentíamos. Ríamos, simplesmente pela alegria de desfrutarmos a companhia um do outro. Finalmente, depois de esperarmos um pouco, conseguimos tomar a condução correta. O destino tão sofrido, enfim nos chegava.

A fome já era intensa. Fizemos nossa opção e nos servimos em um restaurante muito agradável e claro, ali no primeiro piso mesmo e ao lado de uma galeria que dava para lojas de roupas e livrarias.. Nelas, transitavam pessoas com aspecto alegre e jovem. E em suas faces exuberantes, iam e vinham, sem compromissos nenhum com o tempo que se expandia.

O calor continuava muito. Conversávamos descontraidamente sobre assuntos vários. Vez ou outra nossos olhares se tocavam e se riam. No entanto, nesse momento nossas crises de risos não se estendiam nos deixaram, enfim.

Falávamos de coisas simples e corriqueiras do dia a dia, como por exemplo, em como deixar o quiabo mais saboroso, e sequinho se for usado um pouquinho de limão ao refogá-lo. Falamos sobre o arroz branco com pequi, peixes e outros assuntos igualmente descompromissados.

Em um dado momento ele cortou delicadamente um pedaço da carne com que se servira um tempo antes. Espetou-a com o garfo e a conduziu na direção da minha boca para que eu saboreasse. Apreciei tanto seu gesto. Seu carinho. O cuidado e delicadeza que tinha para comigo faziam com que eu me sentisse totalmente protegida ao lado dele. Vez ou outra ele me adentrava com seu o olhar. Era quando todo o azul com que ele estava envolto, também me sorria.

_ Experiente amor! Está uma delícia essa carne! Disse olhando-me nos olhos. Os mesmos olhos de sempre, antigos, claros, densos e amarradiços..

Seus olhos azuis me invadiam. Desnudavam-me sem nenhuma dificuldade. Era como se eu tivesse que fugir para que não me tragassem pra si, porém, quanto mais tentasse fugir, muito mais perto eu me fazia. Apenas sorri e provei. Sem, no entanto, sair de dentro da sua cor, sem desviar-me da porta umedecida que sem previsão nenhuma de tempo, conduzia-me para dentro. Lugar de onde jamais eu quereria sair.

Tudo que chegava até mim que tivesse vindo pelas mãos dele tinha sabor especial. Com ele e por ele eu era eu sentia-me especial, única, ninfa divina e carnal ao mesmo tempo. Fada azul. Uma fada que trazia em si os melhores sonhos azuis. Sonhos que desejei compartilhar apenas com ele.

Torno a mergulhar mais uma vez em seus olhos. Eles eram como um dia de sol em baía clara e cristalina.

Lembranças eternas guardadas a sete chaves. São como frutos doces que ora se/me achegam. Memórias que me permitem a existência, a prudência e certeza do novo dia. É um acervo que cerro num baú dourado, e escondo a chave. Para que a qualquer tempo me aqueçam quando meus ossos estiverem quase quebradiços pelo gelo a endurecer-me nesse inverno tão rigoroso. Guardo essas lembranças com todo cuidado e esmero que possa ter em minhas mãos. Oh senhor, e quão pequeno é esse meu acervo!

Talvez seja comum pensar em algo quente quando se está à mercê desse frio que a que ora me exponho. Como saber? Pelo menos tenho comigo uma certeza: depois do inverno o que vem é a primavera. Sempre é. E, é essa a ordem natural do tempo. Das estações. Talvez eu ainda esteja lúcida o suficiente para saber isso, que estação vem antes ou depois da outra. Talvez eu ainda me encontre lúcida na próxima estação. E saiba que nenhuma delas se equivale à outra. Cada qual com seus encantos. Apenas o inverno com seu rigor é que me é tão difícil. Preciso voar para onde o sol não se esquive. Talvez eu voe, ainda antes do próximo início de estação.

Proponho-me aproveitar ao máximo esse tempo até lá, tempo em que talvez eu vá para o sol, como pássaros que fogem quando chega o frio. Talvez eu apenas me afugente sob os cobertores de minhas invenções. E talvez ainda, vez ou outra eu refaça esse meu pequeno acervo, escrevendo e me eternizando nessas pequenas histórias. Preciso concentrar mais algum tempo ainda no que me resta, nessa vida, nesse pequeno arquivo, meu acervo particular daquilo que chamam felicidade. E que eu tão particularmente e de um modo todo meu, conheço apenas por saudade.

Aos poucos me desperto desse transe e me percebo aqui cabisbaixa nessa bancada que dá para o teatro de bonecos. Assim como os demais, imagino ludicamente meu pensamento se esvaindo da minha mente e sobrevoando os corredores frios. São como névoas coloridas com formas fantasmagóricas que chegam e se vão, em cores flutuantes.

Hoje ainda é terça-feira e só haverá espetáculo no sábado. Mas que importa? Meus olhos se acostumaram à sensação e doravante eles também olham e, no entanto, também já não veem mais nada.





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domingo, 12 de junho de 2011

Percepções



Percepções
                  Por Andrea Cristina Lopes


E quando do final da noite
O que se projeta
É a solidão
Acompanhada, ou não
E uma dor lastimosa
... pulsante

E que todos se foram
E na carne solitária
Só a saudade embala
As memórias de um amor
E de seus instantes



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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia dos Namorados


A aqueles que estão enamorados
desejo as flores de toda estação.

Que jamais se vejam em seus caminhos
sem a ternura de um grande amor
... e sem a alegria
de uma grande paixão.

      
Feliz Dia dos Namorados, amor!



DESCONSTRUÇÃO


 
Desconstrução
             Por Andrea Cristina Lopes


Se nada mais há para falar
que nada se fale ou fale
findaram-se os sonhos
se assim, então
 que me surja
... breve
uma nova verdade.


Deveras estranho
é a leda claridade
que essa nova paz me dá
uma paz embutida
naquilo que não mais está.


Uma paz
que imprudente me vem
de uma desconstrução
se tal criança, foi que amei
quando havia e quando não
motivos para amar.


Que intento é esse meu Deus
que me tiras de mim?
e me negas o resgate,
atiça-me com o fim?

...


Saíste tão sem palavras
tão diferente do dia
... do dia
em que te achegastes.


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Pelos Jardins da Felicidade



Pelos Jardins da Felicidade

                    Por Andrea Cristina Lopes


Pensava abstrata, nas cores que via no céu
Sonhava com flores, pelo vento, prostradas
Na relva macia, perfume de almíscar e mel
Seguindo o curso do rio limitando a estrada

Nus eram seus pés e pelos campos corria
Entre plumas de nuvem, pelo sol dourada
Tecia canções de ninar, o adágio do silêncio
Trançando sonhos avulsos, sibilos na alvorada

Adentrou as vistas do mundo, no intento de amar
Não conhecia aflição ou elas lhe eram tragadas
Quando o som do seu riso alcançava o voejar

Almejava com nobre anseio, pela jovem toada
E pelas réstias de sol que se consentiam sagrar
Tenra luz alentando enfim, a pêndula jornada
   
                                               

                                 
                            **** imagens google*****





quarta-feira, 8 de junho de 2011

Florescer





Florescer
             Por Andrea Cristina Lopes


Desde a relva antiga de meu adolescer
e dos sonhos todos que deixei na estrada
parcas foram as certezas que tive na vida
a mais certa delas … é, já, decapitada

Quem sou, quem fui, e por onde vou
e dos elementos que me compõem
sou a água, o fogo, sou parte do azul
e também o hífem que os interpõem

As flores mansas que trago nas mãos
as lanço todas para aquele que espera
e assim prossigo por entre os meus dias
sem nunca, jamais me tornar primavera







terça-feira, 7 de junho de 2011

Travessia


Travessia
                  Por Andrea Cristina Lopes

Por ora arrefeço meus olhos
Cerro minha boca
Desafio minhas mãos

Rescindo com todos os versos
Descarto as verdades nuas
E para contrabalançar-me
Lanço fora os meus pés

Pés de lua, pés de buscar-te
Pés de ir até onde o sol te espera

Aparto-me, reparo e não paro
Das truculências me recomponho
E o tempo já não compõe dias
Nem sonhos, nem turnos

Soturna, então da noite
Lanço-me aflita, nos braços
Que me morrem quase lentos
Quando o sol vem erguendo o dia
 





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NÃO BIOGRAFIA



Não Biografia

         Por Andrea Cristina Lopes


Não sou mais que um leve sopro de vento
Não mais que só uma gota no infinito
Mas paro o meu tempo, se me for preciso
Corro minhas horas, não pereço, nem agito

Sou uma gota ìnfima e me assemelho
A todos demais que me cruzam o caminho
Sou não vista, visto que sou só um pequeno
Pequeno pássaro que se perdeu do ninho

Aos meus próprios e tão falhos cacos
Ora recolho-me, só e já fortalecida
Não me espalho ao vento, sou a poeira
D'antes poesia, agora esvanecida.

E se no exato hoje é somente a ira
A força máxima que me alimenta
Amanhã me terá o retorno à brandura
Essa força soberana que me apascenta.





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segunda-feira, 6 de junho de 2011

SAÍDA




Saída
   
Por Andrea Cristina Lopes


E como todo fim um dia chega
eis que tudo se acaba
se estanca o riso
e o sucumbe à leve
leve mas incômoda
réstia de dor.

Ronda-me um frio doído
numa lúdica rotina
e açoitam-me dias iguais
iguais, vazios, combalidos
sem sonhos ou objetivos
tampouco amor.



   And I did love to love you.



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