terça-feira, 10 de abril de 2012

No verão, o amor



No verão, o amor



Balbucio mais uma vez a sua ida
novamente leva para longe o seu calor
nuance que por tantos dias soou-me vida
vida alegre, ousada de melodia e cor.

segue seu caminho já sem olhar para tras
não há dias para esperar, não lhe apraz ficar
é fato seguir, é caminho que ora satisfaz
deixa-me só esse frio, um ocre, um sem lugar.

Serão novos dias, ciclos e ciclos a recomeçar
serão folhas caídas e arvores tão sem vida
será do precoce inverno, o apenas balbuciar.

Segue então, óh entremeio, entre frio e flor
e pelas voltas das sublimes alegrias idas
sempre a esperar novamente o amor.





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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Das despedidas




Das despedidas
                 Andrea Cristina Lopes

Não chorarei as lágrimas
De uma partida não ajustada...
Nem enevoarei meus olhos
Sob um acanhado aspecto
De quem se vai e não diz...

Ser feliz? Quimeras
Loucuras e instantes apenas
Não esperarei pelo que não conhece
Nem propriamente a si...
E já não colocarei meus sonhos
Em intenções descabidas
De vidas em espectro...

Não posso mais não ser eu
E preciso do meu próprio lugar
Sob os olhos do amor...
Sob as virtudes que há
No simples ato de amar...

Sendo assim, meu amado
Ignore-me as notas justapostas
Em estelares cantigas
Onde o infinito amor finito
Soava por todos os lugares
Conhecidos ou não
E explodia ... Em alegrias
De finais de tarde...
Perfazendo-se pelo espaço
Um imenso clarão...

...

E que sigam as almas
Quebrantadas
Por jamais encontrarem
À sua altura
Uma resposta plena
De satisfação...



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sexta-feira, 30 de março de 2012

Outra Vez


Outra vez

A noite encerra meus olhos
e meu fino cansaço esmorece
logo ao primeiro toque
do tão esperado
repouso.

E até que o dia chegue
em infindável recomeçar
serei passarinho apenas
sob a claridade lunar
em continuado pouso.





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terça-feira, 20 de março de 2012


Rotas lembranças
          Andrea Cristina Lopes


O tempo recompoe linhas
fios brandos,
amargos, doces
que se combinam
entre si

Unem, amarram
perfazer o que já não era
costuram, juntam
entre o aqui e o ali
em curva que desacelera

E nessa máquina ousada
que me acelera o fiar
quero, não quero
calo e grito
tanto me ultraja, o esperar

É uma corente que prende
Liberta-me de meus passos
dualmente macios
e alinhava-me o coração
com ternos
e indolores fios

E audaz
do tempo, então, lanço mão
Esse desgastado, roto
desperdiçado, poluto
onde cerzi toda minha 
recomeçável 
desconstrução



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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pôr de Sol




♥♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪♥♥♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪♥

Pôr de Sol

                Andrea Cristina Lopes

Não seja apenas a música
com que me embalas,
um instrumento apenas,
pelo qual me define
à minha própria criação.

Sejas tu antes e sempre,
a própria melodia,
energia que me mantém viva
dando-me a cor e a chama
quando me chamas
para a tua musica alegria
...
o coração.

Andrea Cristina Lopes

♥♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪♥♥♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪♥Andrea Cristina


domingo, 11 de dezembro de 2011

Em tempo e lugar



Em tempo e lugar

                      Por Andrea Cristina Lopes

            O tempo não se lastima de nada que lhe tenha passado. Nossas labutas, ou por nossas noites nas quais não pudemos adormecer porque as lágrimas vinham maior ou, adormecíamos sem saber ao certo se quereríamos acordar com ele, o sol.

            Era tudo tão fatalmente conturbado e a cada dificuldade não sabíamos de onde nos viria a força para mais um dia.

            Finalmente, vencida a noite, os olhos estavam ressequidos pela falta de luz. A noite nos houvera furtado horas de tempo precioso e o viver era apenas uma seqüencia do que se havia pausado ante a escuridão.

           Eis que fielmente se olhava para o céu. Respingado de tantas e tantas estrelas que sem perceber, restaurava-nos a crença.

           Baixava-se então o olhar esguisso em sinal de uma mansidão que não se debela nunca. Em sinal de uma aceitação cuja proposta se equivaleria ao que de mais real se obtém.

           O que realmente contava é que os olhos já não olhavam mais. E se olhavam, atravessavam tão transparentes que alcançava rápido o horizonte manchado em cinza.

           Era tarde demais. Era tarde de inverno. Tarde para se voltar ao início, tarde para uma nova visão. Porque aquela a que se estava adiante, tomava-nos todo o olhar.

           Seria necessário deixar ir ao chão tudo que estivesse no lugar. E com a calma de uma estacão inteira, recolocar cada folha caída. Restabelecer á flor cada pétala jogada ao léo.

           Seria necessário avançar no tempo e reencontrar o ponto onde tudo houvera se deixado mudar.

           Um tempo novo se cria. E pontos se fazem. Elos entre as palavras. Estas que por si só possuem a significação de uma sentença.

           É preciso encontrar entre todas, a palavra que convença a não se deixar ir, a não se deixar morrer, a não deixar que o vento abale aquilo que se anseia. 



           E assim, ficar. 
           Apenas pelo simples fato de pertencer ao lugar. 
           Por si só, deixar-se ficar. 
           E ser. 



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sábado, 3 de dezembro de 2011

Ser novamente


Ser novamente


O dia acordou tão melhor hoje
o sol aquece o asfalto frio
leves sons de buzinas, ao longe
pessoas que seguem seus rumos
imparciais à minha vista.

Aos poucos a paz me chega
devolve-me o gosto e o olhar
e vejo tudo à minha volta
num simples ato de contemplar.

São sons de tijolos sendo assentados
tem força e trabalho suando o pão
bem no prédio ao lado
que se ergue alheio
ao que meus olhos vêm ou não
isso não é nenhuma condição
para que o tempo ande.

Gente sorri e fala pelos corredores
E bem ao longe
uma parte do céu se esconde
em meia janela
é primavera ainda
embora inverno insista em ser visto
já no quase verão.

A vida segue de forma normal
já não há tristeza alguma
só há uma imensidão
de dias pela frente
hoje encontro comigo mesma
e me aprecio
finalmente o espelho me prova
sou gente de novo.

Por Andrea Cristina Lopes



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O Vago da alma



O Vago da Alma



Esse vago que me toma o peito
E se expande dentro em mim
É a metade do que era o amor
Antes de dizimar-se
O amargor do fim.

Essa falta de ir adiante
Que nesse momento me impera
É só a falta dos passos dele
Que me eram juntos
Nos dias da primavera.

E essa falta de cor nos olhos
E esse ora olhar sem direção
É a ausência dos olhos dele
Cuja falta da luz
É-me tristeza e solidão.

Por Andrea Cristina Lopes




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