segunda-feira, 16 de maio de 2011

Revivo-te



Revivo-te
       
Por Andrea Cristina Lopes


Emergente
Saliente em cada traço
em que a tinta fresca
suavemente ecoa.

Recolho-te as lembranças
e delas recomponho
tuas histórias
desprovidas de nexo.

Um vento oportunista
nos absorve, sorve
meio sem tempo
meio que à toa.

Recrio teus olhos
fictícios, ensolarados
mantenho-me acordada
nessa nossa inversão.

Ilusão transitória
onde paixão era febre
fazendo-nos os reféns
em nossas próprias memórias.




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domingo, 15 de maio de 2011

Desditos



Desditos
         Por Andrea Crisitina Lopes


E coisas que eram absolutamente minhas
Já não tão minhas, olham-me
Encabulam-me, perambulam
Entre os espaços vagos
Nos lugares escondidos
No recôndito de minh´alma,
D´antes em chama.


E de tantos fins
Que nunca tiveram começo
Já não resta sequer o apreço
Pelo que sucedeu aos dias áridos
Antepostos à partida.


E dos gritos que soavam vida
Só as lembranças ecoam
Frias invenções que doem
Tênue, então se finda
O esperado e sonhado dia
Que se faria nosso eterno
“Juntos", enfim.




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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Reinvenção


Reinvenção



Leva-me, ó sagrado e terno amor
Ao lugar onde repousam, lentos
E brandos de silencio, os teus passos
Sem pressa, sem máculas
Alheio, desatento de todo e qualquer temor

Colhe-me em fins ensolarados de tarde
Ante ao mar bravejo, ora em maresia
Repousa-me suave em teus braços leitos
Quando a noite insana levar-nos sorrateira
O novo e esperado dia

Revive-me, ó eterno amado
Na graceja esperança de que o frio se vá
Traga-me à tona, externa-me aos teus olhos,
Seja então meu brilho
A captar as flores que a primavera dirá

Inventa-me, amor
A qualquer luz, todo tempo, infinita chama
Sopra-me a vida, uma nota, sobre luz
Posto que esse dom, só possui aquele
Que se torna infinito enquanto ama




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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tempo ao Tempo




Tempo ao Tempo
                                               Por Andrea Cristina Lopes


Para que se nasçam as novas palavras
muitas vezes é necessário
elucidar novos vínculos
com o simples ato de silenciar

Para que se soltem eficazes as amarras
nada é mais contundente
  acertadamente se dar um simples ato
de apenas um brando esperar

É cabível que se olhem para os semblantes
com olhos deveras ternos e de improviso
É aceitável a comoção dos lábios
Quando a razão se tornar descabida
e só a ternura se fizer preciso

Que o tempo ao tempo jamais se perca
aturdido entre o que se quer e que não
Que nos sejam as penas simplesmente
um reforço ao que mais almejam
a nossa alma e coração






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domingo, 1 de maio de 2011

Da Alegria






Da Alegria
          Por Andrea Cristina Lopes


Que eu não me torne como a pedra, dura e sem viço
Estática, sem nenhuma alegria.
Que não se apossem de mim, limos
Cinzentos, qual céu de chuva
Quando o frio furta o calor do dia.

Que eu não cale minha voz, qual escuridão
Que ao dia de sol, sem alegria, abateu
Que não se fechem meus olhos
Numa solidão a dois, que num momento é luz
E noutro, rapidamente, se torna em breu.

Que não se passem os ritos de poesia
Mágico dom, que o céu me concedeu
E que não se/me esmaguem as rimas
A magia que ´inda me faz menina
Mesmo quando o tempo embrutecido
Ao meu então sonho, já envelheceu.





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sábado, 30 de abril de 2011

Amor e Lágrimas


Amor e Lágrimas

              Por Andrea Cristina Lopes


Não compreendo amor que ao dizer-se absoluto
Guarda-se, se esvazia e se vai, sem quase nada almejar
Não alcanço essa concepção, quando em nossas mãos
Todos os motivos são flores, aonde os colibris vêm bailar

Não vislumbro estrelas na noite em que o breu veste o luar
Não me satisfazem palavras, se pode o vento a todas levar
Não me permito mais a esperança, se de momento a outro
Todas as brisas tendem, conflitantes, a se redirecionar

Satisfaço-me já e apenas com a coloração dos sonhos
E em sonhos contemplo toda a realização
Não há intempéries, nem gritos, nem dores, nele
Que arrefeça-me inexplicável a constância
E alterne do vento, sem prenúncios, a direção


             

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vazio


Vazio

      Por Andrea Cristina Lopes


O Vazio é um não ter, que dói
Corrói o último, extremo suspiro
É saudade oculta
Conjugada de grifos
Rabiscos vermelhos
Em meu coração
Um retiro

Se eu grifasse em estrelas tantas
Sem seu nome,  en.quanto te esperei
Em que fases  me e.levei
Na palidez de escassas luas

Seriam pingadas, todas
Não parcas,  mas, macias
O enunciar do efeito
Cônscio  e conclusivo
 ...
 Terminante-
mente
Tua!


 

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                Poetisa da Lua

Oportunos Momentos




Oportunos Momentos



Crio expectativas
Chamas salientes, vivas
Daquilo que ainda será.

Busco também os motivos
Fragmentos, estilhaços vivos
Resquícios de alegrias soltas
Intempestivas pelo ar.

São espaços tão longínquos
Perdidos em constelações
Dispostos por entre estrelas.

Atiram-se então meus olhos
De insetos enluarados
E doam-se fartos
A movê-las.

Em busca de outro espaço
Onde braços se lançam
Unos, dóceis
Em frágil construção.

E chora o céu, calado.
Serenadas folhas balançam
E noite adentro, finda-se o silencio
De mãos que ora em dormência
Põem-se em oração.






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