domingo, 11 de dezembro de 2011

Em tempo e lugar



Em tempo e lugar

                      Por Andrea Cristina Lopes

            O tempo não se lastima de nada que lhe tenha passado. Nossas labutas, ou por nossas noites nas quais não pudemos adormecer porque as lágrimas vinham maior ou, adormecíamos sem saber ao certo se quereríamos acordar com ele, o sol.

            Era tudo tão fatalmente conturbado e a cada dificuldade não sabíamos de onde nos viria a força para mais um dia.

            Finalmente, vencida a noite, os olhos estavam ressequidos pela falta de luz. A noite nos houvera furtado horas de tempo precioso e o viver era apenas uma seqüencia do que se havia pausado ante a escuridão.

           Eis que fielmente se olhava para o céu. Respingado de tantas e tantas estrelas que sem perceber, restaurava-nos a crença.

           Baixava-se então o olhar esguisso em sinal de uma mansidão que não se debela nunca. Em sinal de uma aceitação cuja proposta se equivaleria ao que de mais real se obtém.

           O que realmente contava é que os olhos já não olhavam mais. E se olhavam, atravessavam tão transparentes que alcançava rápido o horizonte manchado em cinza.

           Era tarde demais. Era tarde de inverno. Tarde para se voltar ao início, tarde para uma nova visão. Porque aquela a que se estava adiante, tomava-nos todo o olhar.

           Seria necessário deixar ir ao chão tudo que estivesse no lugar. E com a calma de uma estacão inteira, recolocar cada folha caída. Restabelecer á flor cada pétala jogada ao léo.

           Seria necessário avançar no tempo e reencontrar o ponto onde tudo houvera se deixado mudar.

           Um tempo novo se cria. E pontos se fazem. Elos entre as palavras. Estas que por si só possuem a significação de uma sentença.

           É preciso encontrar entre todas, a palavra que convença a não se deixar ir, a não se deixar morrer, a não deixar que o vento abale aquilo que se anseia. 



           E assim, ficar. 
           Apenas pelo simples fato de pertencer ao lugar. 
           Por si só, deixar-se ficar. 
           E ser. 



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sábado, 3 de dezembro de 2011

Ser novamente


Ser novamente


O dia acordou tão melhor hoje
o sol aquece o asfalto frio
leves sons de buzinas, ao longe
pessoas que seguem seus rumos
imparciais à minha vista.

Aos poucos a paz me chega
devolve-me o gosto e o olhar
e vejo tudo à minha volta
num simples ato de contemplar.

São sons de tijolos sendo assentados
tem força e trabalho suando o pão
bem no prédio ao lado
que se ergue alheio
ao que meus olhos vêm ou não
isso não é nenhuma condição
para que o tempo ande.

Gente sorri e fala pelos corredores
E bem ao longe
uma parte do céu se esconde
em meia janela
é primavera ainda
embora inverno insista em ser visto
já no quase verão.

A vida segue de forma normal
já não há tristeza alguma
só há uma imensidão
de dias pela frente
hoje encontro comigo mesma
e me aprecio
finalmente o espelho me prova
sou gente de novo.

Por Andrea Cristina Lopes



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O Vago da alma



O Vago da Alma



Esse vago que me toma o peito
E se expande dentro em mim
É a metade do que era o amor
Antes de dizimar-se
O amargor do fim.

Essa falta de ir adiante
Que nesse momento me impera
É só a falta dos passos dele
Que me eram juntos
Nos dias da primavera.

E essa falta de cor nos olhos
E esse ora olhar sem direção
É a ausência dos olhos dele
Cuja falta da luz
É-me tristeza e solidão.

Por Andrea Cristina Lopes




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terça-feira, 29 de novembro de 2011

A rua dos Ipês





A rua dos Ipês
              Andrea Cristina Lopes


         Naquela tarde vestiu-se e fitou-se no espelho. Gostou de sua imagem refletida.  Era um vestido branco com estampas leves, discretamente perceptíveis, chamava atenção pelo corte que deixava sua silhueta discretamente exposta, porém, bem longe de tender para vulgar.

         Desde que se mudara para a nova casa e firmara-se na nova vida, mantinha o hábito de sair às tardes. Era uma moça de origem simples e em momento algum seu comportamento havia se modificado após a grande mudança.

          Na rua, percebeu que certos olhares se dirigiam mais vorazes a ela. No entanto, mantinha com elegância seu andar tranquilo, nada a incomodaria naquela tarde em especial.

          Vestiu as sandálias de tiras com salto cinco, estava apropriada para a tarde. Era verão, o calor bastante intenso. Prendeu parte dos cabelos, realçou o batom na tonalidade cetim, pressionou por uma única vez a válvula do perfume, fragrância de corpo floral com toques cítricos e rosa branca.

            Massageou as mãos com um creme umectante. Apanhou a bolsa, virou-se como quem confere se tudo está em ordem e dirigiu-se até a porta.

          Estava tudo certo. Cada coisa estava em seu devido lugar. Sobre a mesa de centro um pêndulo de orquídeas se derramava. Eram minúsculas flores amarelas com o labelo um pouco mais escurecido. Parecia-se com uma chuva, uma chuva dourada. Sorriu com os olhos.

          Fechou a porta atrás de si e caminhou até a rua por uma espécie de passarela que conduzia para fora daquele mundo particular. O jardim era gramado e naquela semana muitas flores haviam desabrochado. Todas saudáveis e frescas. Chuva! Uma garoa leve e constante havia percorrido a noite alegrando à vida.

           Caminhou alguns passos. Abriu a bolsa, ajeitou o pequeno livro de capa marrom e apanhou um pequeno cartão que após observar por algum tempo, acenou chamando o táxi.

           O carro seguiu pelas alamedas. O barulho era suave, quase imperceptível. Ela, em silêncio, observava a paisagem. Tudo era lindo. A cidade toda estava envolta naquele amarelo. Os ipês sorriam e a luz do sol se intensificava por entre os poucos vãos onde as flores não alcançavam.

         _ É aqui! - Falou ele, o gentil senhor que conduzia o veículo, interrompendo os pensamentos dela. Imediatamente pararam e ela saltou procurando identificar no lugar algo de seu passado.

          Por entre azaleias, foi avançando até chegar ao centro da praça. Ali avistou o velho assento em semicírculo. Os ipês estavam dispostos em fileiras beirando a rua, sob a qual se estendia um tapete, não um tapete vermelho de boas vindas, mas, sim um vasto pano amarelo. Um dourado que fazia parte da sua infância.

     A conveniência fez com que parasse e pensasse por certo tempo. Que sentimento era esse que a faria ir até esse lugar. Certamente não estava em sua razão perfeita, mas, foi assim mesmo.  Aproximou-se. Viu que algumas crianças brincavam descontraídas sem perceber sua aproximação. Era fascinante estar ali de volta depois de tanto tempo.

            Andou alguns passos e sorveu o aroma dos ipês que floriam. Era como se o tempo voltasse. Lembrou-se das palavras escritas no bilhete: “te esperaria por toda a vida, mas não demore, minha vida é esperar por você”.

           Pensou que cada dia que passava era um dia a menos. Um dia a menos que passaria ao lado dele. Caminhou mais alguns passos. Estremeceu ao olhar entre o pequeno muro e as flores. Seus pensamentos voltaram ao lugar no passado, onde crianças brincavam sem perceber o futuro que para ela estaria vindo, paradoxalmente ao passado. O presente predizia que novas emoções estavam adentrando seu dia.

            Ele lançou em direção a ela um olhar curioso. Como quem duvida da visão que tem. E ainda parecia o mesmo menino que brincava e fazia estripulias roubando-lhe as sandálias e um beijo. Ela tentava alcançá-lo, mas, sempre perdia a corrida, então chorava até que o pequeno traquina devolvesse seus calçados. A brincadeira de esconde-esconde recomeçava e as brigam eram esquecidas.

           Aquela rua era diferente. As flores dos ipês formavam um tapete macio e úmido sob seus pés. Ele sorriu para ela com o mesmo sorriso de antes: "– vou me casar com você, você vai ver se não caso". Dizia. Ela fingia que ficava zangada, mas no fundo torcia para que os anjos dissessem amém.

          À troca de olhares, sorriram-se mutuamente, como quem precisa de um momento só para reconhecer seu passado. Ele estendeu-lhe a mão. Ela fez menção de tocá-la, mas, num gesto espontâneo abaixou-se. Desamarrou as sandálias, segurou-as com uma das mãos e lhe ofereceu a outra. Caminharam. Passos curtos, desapressados sobre o tapete, ela tinha os pés nus.

          Falaram-se. Olharam-se e riram tão cúmplices, que tudo parou para observá-los.

          Já não consegui mais ouvir o que era dito. Talvez, fosse segredo aos meus ouvidos. Suas sombras seguiram ao seu lado. Traquinas, ora se escondiam entre as paredes do muro antigo, ora só iam, os quatro.

           Andaram até o final da rua, onde meu olhar não mais os alcançava. Vi seus corpos diminuindo na descida até sumirem completamente.

           Apenas o céu rosáceo permaneceu se unindo as flores dispostas sob a rua. Seu efeito nesse momento, observei que era de um amarelo murcho deitado na calçada. O entardecer estava desprovido de som. O tempo permaneceu imparcial. E continuou simplesmente, em total e absoluto silêncio.
         
                             


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domingo, 27 de novembro de 2011

Longos dias



Longos dias

Por Andrea Cristina Lopes

Por vezes penso que apenas fechei os olhos
e que logo mais
a igreja repicará insistentemente
o sino das horas,
que o tempo não se deu
e que já é tempo de a tempestade findar.

Que ao abrirem-se as janelas dos meus sonhos
sob o som estridente chamando para dia,
em respingos de luz na cortina,
verei tudo igual, como sempre quis,
como sempre sonhei pelo infinto
em que se deu a crença.

E a verdade será o amor
o domínio e a permanencia do amor brando
sem tolices... sem quimeras
e sobretudo sem nenhuma demora
porque essa, arrasa aos dias
e amedronta deveras quando é noite
se a luz se armazena
em horas, horas e horas a fio...
de uma sempre inútil
e inquietante espera.





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quarta-feira, 23 de novembro de 2011



Fim

Por Andrea Cristina Lopes


Esvanece-me tua última imagem
Secam-me os olhos
Não sangram mais e,
Meu peito também,
Já não me dói tanto.

Singraram-me para longe as lembranças
Os dias da primavera
As asas pelo céu
Só restou o silencio de estrelas
Noite adentro.

Mas, ´inda vaga-me de teus olhos
O doce do passado encanto
Por trilhas dilapidadas
Quando o dia, da noite frágil
Incomplacente descolore o manto.





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Da magia da canção



Da magia da canção



O cinza anoitece o azul
A noite se aprofunda macia
Estrelas faíscam em silêncio
Em olhos de canção, a magia.

E não há tempo algum de tristeza
Que habite teu coração
Se teus olhos cumplices de estrelas
Matizam a ternura e a beleza
Dessa partitura da imensidão.




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quinta-feira, 10 de novembro de 2011



Reticências
                  Por Andrea Cristina Lopes


Porque a tua presença
Flutua-me por sobre os olhos
Intermitentes
Insones
De infindáveis esperas

Sem tempo
Já não sou nada
Nem ninguém
Nem penso ser

A não ser por essas reticências
Que sempre se acabam por indagar
Nos simples versos
A que me atrevo
Ao te escrever



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Ontem



Ontem

            Por Andrea Cristina Lopes


Perpetuei-me na nuança da tua pele
Fiz-me então refém, sedenta e faminta dela
Um entardecer inteiro numa recém-pintura
Dessa minha inquietante sensibilidade
Ainda úmida a tinta, pelos dias finais, a tela.

Teus olhos, maciços amparos, me tragam
Os únicos que não distam e ainda me retém
E todos teus sonhos de um outrora recente
Pela força de um céu inteiro me fazem ´inda feliz
Afagam-me e, ainda em dias vindouros me têm.

Dos teus lábios sólidos sorvi tempestade inteira
Sabor e aroma de chuva polvilhada com canela
Um desejo candente, reticente, quase esparso
Só saudade infinita de sonhos que não pude ou fiz
E restam meus olhos à praça, pelo vão da janela.





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terça-feira, 8 de novembro de 2011

DOS AMORES IMORTAIS



Dos Amores Imortais

                                 Por Andrea Cristina Lopes



Não sei o quanto nasci
para esses amores imortais,
desmedidos e ditos
sem explicação.

Pois estes sempre
chegam e se/me vão
descuidados,
sem falsos cerimoniais.





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Estranheza



Estranheza

                         Por Andrea Cristina Lopes


E dessa estranheza
Em que me percebo
Determino condições
Para uma reação em cadeia.

O labor por minhas mãos
Ora produzidos
Desenvolvem-se por si só
Mecanicamente
Sem que o interfira
No plantio
Dessa minha ora não razão.

Meus passos, alheios
Vão sortidos e sem finalidade
Não esperam por nada
É apenas um absoluto estranhamento
Desse tempo não comum.

E nesse embalo
Onde falta-me uma metade
Já não respiro saudade alguma
Nem esperança alguma
Sou só e apenas um aparte
Entre os dias que ficaram para trás
E os que me esperam
Depois da noite.





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Ora sim, ora não



Ora sim, Ora não

                         Por Andrea Cristina Lopes

                    Na verdade não parecia ser meu coração que doía. Era um pouco mais que isso. Todas as minhas vísceras eram solidárias e doíam em conjunto.

                    Eu não sentia borboletas no estômago enquanto esperava pela resposta que não vinha. Pareciam-me milhões de pássaros famintos que tentava desesperados, sair em revoada de de dentro de mim.

                     Seria um parto. Um parto múltiplo. Um parto antagônico. Dele morreria a ansiedade que estava consumindo-me já não tão lentamente.

                     De repente, a tosse engasgada. E nem ela era capaz de satisfazer a necessidade de ficar bem, de estar bem, de voltar a sentir-me bem. Tudo era uma questão de alguns passos.

                     Ele estava de costas para mim, observava pela janela.

                     Botei maior atenção. Seus gestos eram muito firmes e imprevisíveis. O pêndulo que equilibrava a certeza oscilava.

                    Quase meio dia indicavam os ponteiros.
                     Expressividade em seu semblante: Ora era o sim, ora era o não.





     


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sábado, 5 de novembro de 2011

Prossigo... Te luando


Prossigo...Te Luando
                                     Por Andrea Cristina Lopes


Acenastes-me as flores  do teu sono
Hieróglifos, de teu afável sonhar
E lugares sacros, imaculados
Para eu (lua) me transportar

Destes-me de beber
Do teu ser, mágica vertente, versar
E conhecer além, num silente voejar
Ao além mar, provar não obstante
A profundeza de um instante
Atido à luz do teu olhar

Me destes emoldurar a lua
Em transversos tateares
E segui luando teus versares
De silenciar estrelas pela noite
Intacto e serenado céu
Calando águas revoltas
In.contidas em tons de adeus
 ...
 O mesmo que em dia pálido
Eu vira ser estampado
No brilho dos olhos seus
 ...
 Deste-me tácito, do teu luar
e eu segui ... Luando
Deste-me implícito, do teu sonhar
e eu segui ... Versando


   
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Enquanto


Enquanto
Por Andrea Cristina Lopes

Na noite a cumplicidade dos afetos
Obedece a uma escalada suprema
Pela rota das nebulosas
Estrelas hirtas são poemas.

Na noite sob a penumbra
Amantes repousam serenos
Canteiros revigoram seus galhos
Tin tinam grilos amenos.

Poetas presenciam estrelas
Pela noite onde se aquecem amores
Criptas sacras são tocadas
Umedece o orvalho, às flores.

Nesse tempo irrestrito de silencio
Ao céu eleva-se uma prece
E ouve-se de estrelas a aresta
No brio da noite que adormece.






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Meios e Termos


Meios e termos
Por Andrea Cristina Lopes


As flores prosseguem
estrelas morrem
estrelas nascem
todo o universo
enfim conspira
eu ainda não sei
a que vim.

De tudo que já quis um dia
ou que ainda quero
já não sei como medir
não sei como entender
ou esperar
então só espero
e procuro
não me amargurar.

E isso agora meu Deus?
Que me perde da noção
do que ainda me tenho
e direciona-me
tanto que não há outras ruas
para onde se siga
e nem becos
onde eu possa
esconder-me.

E sem meios
sem termos
ou termos e meios
passeia meu querer
e seu destino
a tudo mais
finito e
alheio.

Este poema estará em meu próximo livro, já em edição: VERSOS VERDES

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Areias



Areias





A minha dor é só minha
É um labirinto vivo por onde
Recorro a mim mesma
E trilho ... Sigo só
Em fatos e circunstâncias.

Caminho e tateio paredes
Relevâncias que vão a lugar nenhum
Onde se esconde a minha certeza
Tão vazia, tão ruída
Fortalecida em tempo
Momento e sonhar algum.

E lá... nesse lugar
A mais certa propriedade que tenho
O brilho da tarde se avizinha
De noite escura
Embrenhada de um ácido sereno.

Minha dor, essa desventura
É nada mais que meu tormento
E um palpitar que nunca me esquece
É dia que se tece longo
E ... Apesar das areias removidas
E lançadas
...
Ao relento.

 
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domingo, 16 de outubro de 2011

De Manhã



De Manhã

                  Por Andrea Cristina Lopes

Não sejamos surpreendidos
Pelo sol que se abre em cortinas matinais
Aguçado pelo desejo
De nos despertar do ainda repouso.

Seja antes, nosso amor
Um próprio dia novo
E um sempre recomeçar
Sempre seja pássaro
Em direção ao pouso.

E depois de enternecer-se
Pelos instantes que ultrapassam a noite
Sem mácula alguma
Logo que a escuridão termina.

Sejamos também, um dia pleno
Iluminado pelo sol ... Seu intuito supremo
De jamais arrefecer
E.. Seguir pacífico

... Sereno

Pela sua incansável rotina.



                     

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Displicentes



Displicentes
                        Por Andrea Cristina Lopes


Meus olhos te seguem
Seja qual for a direção que o vento tome
Seja qual for o som
Bramido pelas ondas insanas
Da minha saudade
Sem designação de um nome
Que já não seja o teu.

Até breve, até qualquer lua
Até qualquer passo displicente pela rua
E por sua vez, que meus olhos abstratos.
Sejam de novo subtraídos
...
Límpidos, desapressados, não distraídos
Junção de teus irrequietos olhos
Novamente
Com a calmaria
...
Destes meus.





Brasil, outubro de 2011.



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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

De posse dos Teus Olhos



De posse dos Teus Olhos



E, nessas perspectivas
Crio artifícios para esconder-me do tempo
Evito contá-lo
Evito olhá-lo de frente
Para que não se aperceba
Da minha presença aflita.

De posse,
Olho teus olhos macios
E entremeio teus braços fortes
Guardo-me do mundo
Num tempo só nosso
E infinitamente válido.

Saudade, então
Já deveras esquecida
É banida para um mundo distante
Sem sol, sem chuva, nem vento
Apenas constelações
E paragens de sonhos
As mesmas que nos farão eternos
Enquanto juntos
...
E por amanhecer.




Brasil, 09/2011

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Luz dos meus olhos


Luz dos meus olhos
          
             Por Andrea Cristina Lopes



Se ora me brilha nos olhos
essa luz que de leve passeia,
é que adentraram os teus olhos
feito a lua, quando é noite
em margem espelhada de areia.

…......

É presença tua que me indaga
e que me achega em definitivo
inesperados pelo labirinto
desses meus trôpegos olhos
passivos,
o brilho que não se apaga.

….......

E essa paz que ora me vaga
é fruto dos teus olhos vivos
que dançam, me abalam serena
e passeiam pelo recinto
dos meus frágeis olhos cativos.





                           Brasil, julho de 2011.




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terça-feira, 19 de julho de 2011

Asas


Asas
Por Andrea Cristina Lopes


Há um tempo certo
em que a música toca
e na melodia que suave flui
fluem também todos os sonhos
isentos do ser
e de seu ter razão.

Há um momento certo
em que os encantos se afloram
permitem-se percorrer o firmamento
em busca de um vão no tempo.
Por que a visão
já não se achega aos olhos
mas, coração e alma se juntam
e a mágica acontece.

Há um olhar cativo
que dispersamente
se perde pelo infinito.
Há uma busca.
Uma não compreensão
e um sentimento que se estende
aquém às vistas,
ao que se percebe.

E então, eis que há
uma vontade submersa.
E nessa eloqüência pela vida
nada mais faz sentido
a não ser que teus olhos me encontrem
além deste perplexo
e vago horizonte
...
tão separado e perdido.




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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não há Amor

Não há Amor
                                 Por Andrea Cristina Lopes



Não há o amor
Só a paixão é o que há
É a paixão que desliza
Suaves dedos
Em pele sedenta
De toque.


Não há amor
Por que esse é antídoto
E a paixão que ora queima
É veneno suave
Que ao passo que te tem
Muito mais se quer aceitar.



Ainda não há o amor
Posto que habita
Em teus lábios perfeitos
O furor das cascatas
Que de leve tocam
E logo fogem
Com receio da entrega



Só há dos teus olhos
Um fogo brando
No qual que me lanço
Com toda ânsia e sede
De por inteira
Deixar-me
Incendiar.

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terça-feira, 12 de julho de 2011

Os entretons do vento




Os entretons do vento
                                                    Por Andrea Cristina Lopes


Que nuança basal predomina no vento?
Claridades, sagrações que tem seu tocar,
Ou serão penumbras, tristes variantes,
Soprando alheio a quem não cinge o a.mar?

Qual o gosto sobrepujante no vento?
E quão tátil é seu regelado beijar?
Serão as canduras, antídoto ou segredo
Que deslumbram e induzem o caminhar?

De que será feito o azul firmamento?
Castiçais pacíficos de contínuo alumiar,
Ou um lume que vaga e precipita o tempo?

Serão de estrelas, sóis e prata alva do luar,
Ou cadentes estelares em traçados oblíquos,
Animando a espera do quem sabe acreditar?




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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dos teus olhos


Dos teus olhos
Por Andrea Cristina Lopes


Dê-me urgente de teus olhos
Deixa que me preencha essa emoção
Dê-me com urgência de teu olhar
E dessa suavidade que há apenas
Na docilidade das tuas mãos

Dê-me breve de teus toques macios
E de sua voz, legítima sedução
Embale-me os sonhos todos, de amores
Embale-me frágil
De inebriante paixão

Sussurra-me doce
E aos quatros ventos
Espalhe essa chama
Renova-me a vida
E brilho do olhar

Recolha-me as lágrimas
Em teus beijos lenços
E convença minha alma
De que dessa vez
Vieste-me para ficar.




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Amêndoas Doces

Amêndoas doces

Amêndoas Doces

                    Por Andrea Cristina Lopes


Teus olhos são doces amêndoas
Entre dez mil luas, macias.
São ... Enfim, a poesia
Completa ... Já pronta,
Sem carecer de intervenção.
São hierarquias sólidas
Vagas, onde me refugio.
      ...
São as adagas certeiras
Vorazes ... Acesas
São desvario.
Que me furtam
Da razão.





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