domingo, 26 de setembro de 2021

Versos Noite Versos Dia


Eventualmente
Minha incansável solidão
Dá-me uma trégua contínua
Acena-me com branca bandeira

É quando um clarão alegria
Transpõe-se por entre
Árvores lembranças sombrias
E contagia-se de um sol impoluto
Que quase chega a aclarar-me
Os ossos trêmulos
De tempestades

Vagarosamente
Minha solidão estira-se
Sob o calor e sonha com o mar
Com afagos relâmpagos
Que se arrefeceram
Em cachoeiras de nuvens

Então, dedos insólitos
De inesperada poesia
Deslizam por entre matizes
Suavemente versada
E ritmada
Em versos noite
E versos dia 

Por Andrea Cristina Lopes



Imagens: Google


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Quais são as tuas verdades?


Saber que as pessoas são livres, 
e o tempo que dispõe conosco
 é presente, dádiva
oferta de coração. 

Faz toda diferença saber!
...
Hoje eu sei. Está em mim 
deixar essa energia fluir para além,
e que reconheço ser também 
morada de essência divina.

Necessário adentrar
esse processo de cura
libertar-se de alma
de coração e de voz.

Digerir a falta, a ausência, 
o esconder-se de amar, 
porque amar, por vezes, 
causa dor.

Mas não amar, é dor maior.
A dor maior é a dor de não amar.
...
Que a poesia liberte o grito 
tão arraigado no amago.
Que se faça, se permita
que conheça e acesse o amor, 
e que no íntimo haja 
sua descoberta pela opção 
intensão, ação
de não economizá-lo.

E que assim, então, se faça 
a luz da compreensão...

"Amor repartido 
é amor multiplicado".


Andrea Cristina Lopes

Foto: © arquivo particular

Solidões



"A solidão é quando o tempo vai embora
Quando a gente perde a hora e o compasso da canção
A solidão é quando o filme fica bobo
Quando a gente perde jogo, porque alguém fez gol de mão."


Oswaldo Montenegro





Imagens: Google


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Antes que o dia finde


... e meus olhos se fechem
preciso apenas de um aparte,
nesse momento que se encerra
essa ponta que quase existe
e ainda resta entre o tudo e o nada

Antes que meus lábios se calem sonolentos
muito o que careço
é um momento de teus olhos
lisos e fugidios para os vales
onde o sol se faz visto
a toda e nova manhã

É só o que preciso
e dizer-te do que se passa
dentro em mim
essa imensidão que não se cala
e não se esvazia de amar-te
sempre e mais
a cada novo dia raiado.

Que sou composta só de sonhos
esses que teço em cada manhã desperta
sonhos leves feito um orvalho
evanecido quando a lua finda

Então, não me deixe ir ainda
não me perca
entre as pequenas estrelas
que gritam, que soam
durante a demora da noite

Não me faça distante
há momentos em que as flores ainda cantam
e repousam... como quem sempre espera

soníferas esferas de alguma luz
macios e claros mantos
réstias de dias antigos
que se deixaram ficar

Acalme por algum tempo
a minha loucura
e adormeça de mim mesma
os meus pensamentos
p´r a que eu poesia
não me faça passar...

 

Andrea Cristina Lopes

 ***imagens google***



Clareza

 "Nada fica oculto sob a incidência da luz".

Imagens: Google

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Segundo tempo

Pausas... Um tempo para assimilação do autoconhecimento


Tempo para imersão nas novas tendências vindouras. Despertar para os fatos mais sutis e que durante uma vida passaram de modo despercebido. Indagar os porquês, tomar conhecimento das nossas mazelas, tomar sua mão e acolher as sombras como uma parte de nós mesmos.

Entender nossos processos e lançar luz sobre as obscuridades. 

O tempo é cumplice. O tempo é determinante. Há que se caminhar para frente para ter exato entendimento sobre o que direcionou o passado. As dores são mestras que devem ser respeitadas e avaliadas em sua tentativa de ensinamento. 

Todo conhecimento externo traz luz sobre o interno do ser. Juntar os fragmentos. Concluir o ciclo e então, lançar-se na nova jornada, arcano inicial, sem pesos, sem culpas, sem excessos... Pouca bagagem, liberação de perdão, do auto perdão e seguir adiante.

Saber e compreender que cada ciclo traz maior amadurecimento, entendimento, de si e do todo. Que a vida é um presente a ser celebrado. Aproveitar a oportunidade de ser, de conhecer, de conhecer-se e de partilhar, de assimilar e assim chegarmos mais perto de ser quem realmente somos. Sem política, sem máscaras, sem disfarces. Num auto acolhimento da nossa criança deixada em alguma margem da caminhada, como já disse Fernando Pessoa.

É tempo. O tempo pede. O tempo lembra. O tempo libera e concretiza.

Bora?!

Andrea Cristina Lopes

Imagem: Arquivo particular.


Imagem: Arquivo particular acrislopes©.

domingo, 5 de setembro de 2021

Céu de Santo Amaro - Flavio Venturini e Caetano Veloso

"(...) meu amor...  Vou lhe dizer

Quero você

Com a alegria de um pássaro

Em busca de outro verão

Na noite do sertão

Meu coração só quer bater por ti

Eu me coloco em tuas mãos

Pra sentir todo o carinho que sonhei

Nós somos rainha e rei..."