sábado, 30 de abril de 2011

Amor e Lágrimas


Amor e Lágrimas

              Por Andrea Cristina Lopes


Não compreendo amor que ao dizer-se absoluto
Guarda-se, se esvazia e se vai, sem quase nada almejar
Não alcanço essa concepção, quando em nossas mãos
Todos os motivos são flores, aonde os colibris vêm bailar

Não vislumbro estrelas na noite em que o breu veste o luar
Não me satisfazem palavras, se pode o vento a todas levar
Não me permito mais a esperança, se de momento a outro
Todas as brisas tendem, conflitantes, a se redirecionar

Satisfaço-me já e apenas com a coloração dos sonhos
E em sonhos contemplo toda a realização
Não há intempéries, nem gritos, nem dores, nele
Que arrefeça-me inexplicável a constância
E alterne do vento, sem prenúncios, a direção


             

                ***imagens google***

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vazio


Vazio

      Por Andrea Cristina Lopes


O Vazio é um não ter, que dói
Corrói o último, extremo suspiro
É saudade oculta
Conjugada de grifos
Rabiscos vermelhos
Em meu coração
Um retiro

Se eu grifasse em estrelas tantas
Sem seu nome,  en.quanto te esperei
Em que fases  me e.levei
Na palidez de escassas luas

Seriam pingadas, todas
Não parcas,  mas, macias
O enunciar do efeito
Cônscio  e conclusivo
 ...
 Terminante-
mente
Tua!


 

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                Poetisa da Lua

Oportunos Momentos




Oportunos Momentos



Crio expectativas
Chamas salientes, vivas
Daquilo que ainda será.

Busco também os motivos
Fragmentos, estilhaços vivos
Resquícios de alegrias soltas
Intempestivas pelo ar.

São espaços tão longínquos
Perdidos em constelações
Dispostos por entre estrelas.

Atiram-se então meus olhos
De insetos enluarados
E doam-se fartos
A movê-las.

Em busca de outro espaço
Onde braços se lançam
Unos, dóceis
Em frágil construção.

E chora o céu, calado.
Serenadas folhas balançam
E noite adentro, finda-se o silencio
De mãos que ora em dormência
Põem-se em oração.






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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Entre a Luz e o Breu



Entre a Luz e o Breu



Era  breu.
E de repente amanhece.
Os olhos nem querem se abrir.
O corpo ainda padece.
 
Água que leva o cansaço.
Enquanto ferve o café.
Frio, uniformes, sacola
Crianças, tentem apressar!
Se não vão perder a escola.
 
Depois,
O transito é infernal
O frio está congelante,
E tantos avançam o sinal
E passam,
Acelerando, arrogantes.
 
Finalmente, o Bom Dia!
D´alguns a indagação
Bom Dia, por quê?
O mais contente
Acho que era o vigia!
 
O dia começa agitado!
Tem ligações chegando
E tem gente esperando do lado.
 
Meu sistema parou!
Já acabou a auditoria?
E mais e-mails chegando,
Meu Deus, precisava mais horas
No meu dia!
 
É mesmo querendo gritar
Mesmo querendo correr,
É melhor manter o sorriso
Para os ânimos conter.
 
E em quase dois segundos
Que ela tem de recreação
Toma o lápis e bloco
Anota a inspiração,
Afinal, é esse
Seu verdadeiro mundo.
 
Os versos deslizam rápidos
Escorrem do coração,
Ela dobra o papel
Nele, uma quase oração!


E o guarda para mais tarde,

No bolso do seu blusão!
Quem sabe ela poderá
Ter um tempo de versar
E buscar no surreal
Motivos para se alegrar.
 
A tarde já vem caindo,
Finalmente fecha a janela,
E parte para seu recanto
Onde canta em aquarela.
 
E muito tarde, além
Além do nascer do sol
Se permite celebrar estrelas
Num momento que é apenas
Dela. 
 
“It  seems  to  me  that
we are both the same   ” 
Música para seus ouvidos
E nos momentos seguintes
Algumas respostas torpes,
Encanto  que se perdeu
Bem vindo, ao desconhecido
 
“Everywhere I look I see her smile”
Ouve e viaja no tempo
Céu, jardim, silêncio, o vento
Em seus pensamentos
Tão latentes.
 
Pensa em escrever poemas
Mas se foi a inspiração
E repousa novamente na alma
Versos que eram canção
O silêncio os levou,
Assim que outra brisa soprou
 
E quem haveria
De um dia poder entender
Que era a mesma sintonia,
Que não deixasse tão fácil
O coração esmaecer
 
E ela decora seus versos
Com magia de aprendiz
Não tem lágrimas, nem futuro
É o que o presente prediz
 
Quem sabe,
Acaso haja outra vida,
Tudo seja mais ameno
E a tarde sob o sol, aquecida
Fecha os olhos
E se imagina a dançar
O toque da pele, macio
Tato, paladar, olfato
Afasta o rigor do vazio.
 
Abruptamente desperta
Do pensamento surreal
Já é tão tarde e o novo dia
Tem tudo para ser igual.

 
Fecha lentamente as telas,
Junta suas aquarelas
Repousa o pensamento
E o travesseiro suave
Absorve as lágrimas, dela.
 
Aos poucos o sono a tem.
Entre as asas de um sonho
E voa rápido não sabe para onde
Seu pensamento se esconde.

 
“She's colored with all the secrets of my soul
I've whispered all my dreams”
Canção que se faz ouvir
E a poetisa brinca,
E seu riso se pode ouvir.
 
Novamente, é breu!

E um sol alegre vem surgindo
A desperta:

....

Acorda, Andrea!
Já amanheceu!
 
 


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O Vazio


O Vazio



Qual sua cor? Azul!?
Qual efeito tem os teus pés?
E como pode um não ser,
visto que vazio é apenas
um não existir,
desconstruir tanto?

Se, não existindo não é.
Então, como pode romper
e fragmentar uma alma
em tantos estilhaços?

Partir, quebrantar ao ponto
de levar-se à clara previsão
de jamais, em tempo algum
ou lugar, novo conseguir
...
Restabelecerem-se

os perdidos passos?!

*****


Esse pensamento foi elaborado com base
no Poema Vazio by Robério Matos

Um grande Escritor e sensível Poeta.
O qual merece todo destaque.

 
Autor do Livro - Quadro de Giz

www.asabeca.com.br/detalhes.php

*****



Leia aqui: Vazio - (by autor)

recantodasletras.uol.com.br/poesiasdetristeza/2608624

http://www.roberiomatos.com/2011/04/vazio.html












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domingo, 24 de abril de 2011

Dança


Dança



Ouço as estrelas
Brincando de esconder 
Atrás das gotículas da chuva
Que a noite lá fora
Faz dissolver 


Leves passos
Ninfa e Elfo Diáfano 
Enlevados ... 
Na dança 
O olhar
O tato 
Tépidos lábios  


Stop


 Ao tempo
... e espaço 




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sábado, 23 de abril de 2011

Temperamento




Temperamento
               Por Andrea Cristina Lopes


A noite
se transcende no silêncio.
E, em folhas
que anoitecem calmas,
sob os galhos
escuramente retesos.


No brilho
das romãs adolescentes
a camada de luz
clarifica.
E, apenas as imagens
falam.







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Bailar das Almas Enluaradas






Bailar das Almas Enluaradas
                                            Por Andrea Cristina Lopes




Sabe a minha alma e, sabiamente confia
Espelho oculto,  a lua, resplandecerá
Em tuas águas translúcidas do  olhar
Silêncio que te arranca do  peito
O fogo, sem lugar para aconchego

Na distância que emudece tua vista
Que dista e magicamente encandeia
Terás o brilho espontâneo e sóbrio
Dessa tua sempre lua, branca e cheia

Nada me darás, nada precisas me ofertar
Mas, se arrefeça o  meu amor ao te tocar
E estremeça meu corpo, minha alma
Em seu longínquo e vago tatear

E, quando  já não te forem os  passos
Necessários e, nas areias do tempo
Restar o passado aurorescido e calado
Ao longo das noites frias, me colhas
... Apanha-me em lentas e alegres flores
Em perfumes aromáticos de chás

Note-me em lugares singelos, à parte
Onde outros olhos não atingem me adentrar
Nas ruas calmas da tua infância
Em frutas doces sob as árvores
D´onde teu sonho sempre retorna
Para me buscar

E quando tiver de vir venha
A qualquer tempo, venha sem previsão
Se lance em magia a me encontrar
E novamente crianças, dadas as mãos
Voaremos travessos, risonhos
Rumando à lua macia

Nosso sempre branco
E imaculado altar




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Sempre Novos, os Novos Dias


Publicado do Recanto das Letras, em 04 de outubro de 2010.


Sempre Novos, os Novos Dias
             Por Andrea Cristina Lopes


Os dias se prometem, sensatos e novos
Fatos isolados me dão a compreender
Tanto tempo que se faz transcorrido
E já, ninguém pode ou deve retroceder

Não anseio que nada se pareça triste
E nem tampouco, ousado ou descabido
Esperemos do destino, a sua idoneidade
Ao que nos levará esse desconhecido

Levemos apenas flores em tudo onde tocarmos
E nossos sorrisos a quem dele precisar
P´ra colhermos aromas ensejados nos caminhos
Só amor se constata, no a vida entregar

Sejam serenas flores proferidas nos caminhos
Risonhos perfumes lacrados por toda infância
Versos púberes, constantes em matizes floradas
E olhos faceiros sonhando notas de esperança






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quinta-feira, 21 de abril de 2011

De nome Oculto



De nome Oculto
              Por Andrea Cristina Lopes


Esse vazio que audaz  surpreende-me
Não me rende nenhum outro versar
Antes, atiça que eu me renda
Anteceda-me pelo não saber esperar.

E, tarde a controlar meus lentos passos
Perca-me do controle, da direção
Por influência de outros dias 
Quando eu soube entender o que era
E em que parte de mim palpitava esse som.

Era um sonoro silêncio de efígie
Estranha e  perturbadoramente oculta
A qual eu chamava inconsequente
Com o nome asilado de alegria
Cuja falta vorazmente só me aflige.






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terça-feira, 19 de abril de 2011

Calmaria


Calmaria
       Por Andrea Cristina Lopes

Tenho sede, infinita sede
Tenho sede de te escutar
Indagar antigas histórias
cantigas do teu ninar

Saudades das mãos macias
Monções, desértica areia
Crepúsculo rosáceo abrindo
A tela da lua cheia.






Para minha linda maezinha!





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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Versos sem Nome




Versos Sem Nome
                    Por Andrea Cristina Lopes

No teu peito,
leito de todos os meus amores
vou desfiando canções,
ilusões do nosso querer.

Nossas calmas madrugadas,
enluaradas e com cheiro de mar,
é templo da nossa jornada,
onde transparentes
somos sementes lançadas,
pessegueiros a florar.

Somos a resposta ao chamado.
Livre de pecado e sem dor,
apenas o doce destino
pré-determinado, traçado
por Algo, a nós, muito Superior.

Você é o que eu mais preciso.
E, sem culpas colho esse amor.
A cada manhã um novo paraíso,
Onde, me dissipo e me encontro
no som amistoso do seu riso
ritual de ternura e calor.




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domingo, 17 de abril de 2011

Versos ao Vento



Versos ao Vento

           Por Andrea Cristina Lopes



Palavras descompostas
Soltas em letras,
Que me vem, acenam-me
Perpassam e passam
Despudoradas
Nas cores do Arlequim
 
Já de posse,  as ordeno
Visto-as com roupagens azuis
Lilazes, carmim
E, as solto novamente ao vento
...
Sopro a poesia
Que passou
E se transformou, enfim.




   


                                *** imagens gogle***


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Olhos Ausentes





Olhos ausentes

             Por Andrea Cristina Lopes

Linhas, comandos, campos, nomes
Dígitos, senhas e, dados seguros
E eu, nesse dia, a tudo alheia

 
-vagando-

Meus olhos sôfregos
Só fantasiam flores
Em todo lugar
Por onde o sol
Tateia

 ...
O muro



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quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Beijo


O Beijo

      Por Andrea Cristina Lopes

Teus lábios
sedentos perfazem
de mim
um caminho precoce.

E, é doce
o alentar desse desejo
em que são nossos beijos
agridoces

cálices

Neles se calam vorazes
todas as nossas
sedentas

vozes.

 


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terça-feira, 12 de abril de 2011

Natureza Humana



Natureza Humana
         Por Andrea Cristina Lopes


Configura-se tão difícil
o embalar-nos serenos
nos braços sutis da paz.
Se para todos os lados,
para onde quer se olhe,
tantas cores e perfumes,
em doce oferenda se faz.

É inevitável que passemos
atentos e cautelosos, com
nossos passos pelo caminho.
E, como há as flores alegres
que mascaram perfumes,
há as doridas chagas
nos rasgando os breves sonhos
em pontiagudos espinhos.

Sapiência, por vezes é bem
já quase totalmente ausente,
implícita no limiar da humildade.
E proteger nossos olhos,
por vezes é caminho único
indissoluto e alcançável
que leva à felicidade.



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Outras publicações no site
http://www.andreacristinalopes.prosaeverso.net/

 

domingo, 10 de abril de 2011

Em Céu de Despedida




Em Céu de Despedida
              Por Andrea Cristina Lopes


Secaram-se minhas lágrimas
Esquivaram-se meus lábios de risos
Tornaram-se tortos os meus pés
E sequer se sabem onde foram perdidos
Os meus passos

Desprendidos os sonhos
Dos laços, de mil noites sonhadas
Suores e encantos pela madrugada
Queda-se, é findo o mar
Fecha-me o azul dos olhos de outrora

Sem revés, sou lua, tímida, de saída
Cabisbaixa, sigo a esmo em despedida
E não decifro a tormenta que me toma
Lanço mão da última estrofe
Último verso, última adaga
...
Nesse ser o derradeiro sopro
Do que pensei ser minha vida






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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Chuva com Chá de Amendoim



Chuva com Chá de Amendoim
                                                    Por Andrea Cristina Lopes




          Hoje o dia amanheceu claramente lindo. Um sol nada tímido levantou seus braços e os estendeu sobre o dia. Tudo permaneceu assim até por perto do meio dia, quando então o tempo começou a fechar-se em promessa de chuva. E forte.

          Já quase final de tarde e a tempestade continuava se derramado lá fora. Aqui dentro, através da vidraça eu pude observá-la e sentir sua frieza. E esse sentimento tem o mágico poder de me transportar para muitos anos atrás, quando ainda era criança.

          Naquela época ao chover durante o dia, dormíamos todos. Mas, não eram cochilos no sofá como raramente hoje fazemos em raras tardes de ócio. Íamos para o quarto, as cinco crianças, naquele espaço entupido com as beliches e o berço, onde a menorzinha dormia, embora ficassem desde as suas canelas e pés para fora, saindo abundante pelos vãos do berço.

          Pegávamos os cobertores e dormíamos. Chegavámos até mesmo a sonhar.

          O único problema que então eu via ou tinha, era de refazer as camas todas, já que sendo eu a mais velha, foi-me dado essa tarefa para imediatamente depois que os pequenos se levantassem.
          Pequenos eramos todos os cinco nessa época. Uns cuidando dos outros, uns se doando aos outros. Tempos difíceis, embora nos fossem tempos tão felizes.

          Quase consigo sentir o cheiro da bebida sendo preparada. Lembro-me que ao inalar sutil aroma da fervura, pensava em tarde de sol, quando podíamos correr livres pelo pasto. Tocando bois de mentirinha ou subindo e descendo das árvores frutíferas em fartura logo ali, mais adiante, há uns cento e cinqüenta metros da casa de quatro cômodos e que contemplava um banheiro apenas e do lado de fora.

          Quando acordávamos depois de um longo sono, sempre tinha uma chaleira cheia até a tampa, com chá de amendoim. Na verdade nunca entendi o porquê de se chamar chá, se este é feito com água e aquele da minha infância, levava muito leite, amendoins torrados e moídos, açúcar e canela. Depois de uma boa fervura o perfume se espalhava pela pequena casa de madeira, cujas paredem sem pintura, exibiam gravuras e desenhos que nossas imaginações criavam.
          Eram pássaros, borboletas, lagartixas, vagalumes  e outros bichos tantos que nos povoavam os olhos e o coração ao criarmos vastas histórias e espalhá-las voejando lentas por nossa imaginação.

          Quando nos levantávamos, depois de duas ou três horas de sono, minha mãe havia preparado bolo, que raras vezes não recebiam, também, recheio de amendoim. É que era cultivo nosso, na pequena chácara.Tínhamos em estoque na tulha de grãos, mas não era sempre. Degustávamos a bebida com o bolo. Era um verdadeiro banquete.

          Um barulho de motor acelerando pela rua bem abaixo da janela por onde hora minam de lembranças meus olhos, tira-me de minha feliz lembrança e me reconduz ao agora.

          Envolvida, nem me apercebi que a tempestade houvera passado e que até uma réstia de sol se atreve a lançar-se em línguas amarelas, as quais refletem na parede ocre do prédio em frente.

          Não sei exatamente o porquê dessa lembrança tão mágica e doce de minha infância ter chegado assim de repente, só sei que sempre que preciso me recobrar eu fujo para lá. É lá que os aromas que assimilo sempre me são um remédio. Paliativo, embora doce remédio para todas as minhas dores, labutas e frustrações. Hoje, sentimentos tão normais e que a vida incessantemente, nessa fase adulta insiste sem me poupar na oferta da dose.

          Vai saber! Dia desses ainda refaço aquele chá de amendoim com aquele bolo em tarde de chuva. Hei de fartar-me com tanto sabor de lembranças mágicas. Quem sabe não me dou "o luxo" de umas duas, três horas de sono durante o dia, também.
          E, talvez como quando criança, dormir de sonhar. Recriando então minhas personagens, ainda que sejam essas imagens ainda percebidas nas rachaduras das paredes da minha pobre e no entanto, tão doce infância. Meu lugar favorito e para onde sempre volto, todas as vezes que sinto extrema necessidade de me reencontrar.


                                   




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