Desditos
Por Andrea Crisitina Lopes
E coisas que eram absolutamente minhas
Já não tão minhas, olham-me
Encabulam-me, perambulam
Entre os espaços vagos
Nos lugares escondidos
No recôndito de minh´alma,
D´antes em chama.
E de tantos fins
Que nunca tiveram começo
Já não resta sequer o apreço
Pelo que sucedeu aos dias áridos
Antepostos à partida.
E dos gritos que soavam vida
Só as lembranças ecoam
Frias invenções que doem
Tênue, então se finda
O esperado e sonhado dia
Que se faria nosso eterno
“Juntos", enfim.
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Reinvenção
Leva-me, ó sagrado e terno amor
Ao lugar onde repousam, lentos
E brandos de silencio, os teus passos
Sem pressa, sem máculas
Alheio, desatento de todo e qualquer temor
Colhe-me em fins ensolarados de tarde
Ante ao mar bravejo, ora em maresia
Repousa-me suave em teus braços leitos
Quando a noite insana levar-nos sorrateira
O novo e esperado dia
Revive-me, ó eterno amado
Na graceja esperança de que o frio se vá
Traga-me à tona, externa-me aos teus olhos,
Seja então meu brilho
A captar as flores que a primavera dirá
Inventa-me, amor
A qualquer luz, todo tempo, infinita chama
Sopra-me a vida, uma nota, sobre luz
Posto que esse dom, só possui aquele
Que se torna infinito enquanto ama
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Tempo ao Tempo
Por Andrea Cristina Lopes
Para que se nasçam as novas palavras
muitas vezes é necessário
elucidar novos vínculos
com o simples ato de silenciar
Para que se soltem eficazes as amarras
nada é mais contundente
acertadamente se dar um simples ato
de apenas um brando esperar
É cabível que se olhem para os semblantes
com olhos deveras ternos e de improviso
É aceitável a comoção dos lábios
Quando a razão se tornar descabida
e só a ternura se fizer preciso
Que o tempo ao tempo jamais se perca
aturdido entre o que se quer e que não
Que nos sejam as penas simplesmente
um reforço ao que mais almejam
a nossa alma e coração
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Da Alegria
Por Andrea Cristina Lopes
Que eu não me torne como a pedra, dura e sem viço
Estática, sem nenhuma alegria.
Que não se apossem de mim, limos
Cinzentos, qual céu de chuva
Quando o frio furta o calor do dia.
Que eu não cale minha voz, qual escuridão
Que ao dia de sol, sem alegria, abateu
Que não se fechem meus olhos
Numa solidão a dois, que num momento é luz
E noutro, rapidamente, se torna em breu.
Que não se passem os ritos de poesia
Mágico dom, que o céu me concedeu
E que não se/me esmaguem as rimas
A magia que ´inda me faz menina
Mesmo quando o tempo embrutecido
Ao meu então sonho, já envelheceu.
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Amor e Lágrimas
Por Andrea Cristina Lopes
Não compreendo amor que ao dizer-se absoluto
Guarda-se, se esvazia e se vai, sem quase nada almejar
Não alcanço essa concepção, quando em nossas mãos
Todos os motivos são flores, aonde os colibris vêm bailar
Não vislumbro estrelas na noite em que o breu veste o luar
Não me satisfazem palavras, se pode o vento a todas levar
Não me permito mais a esperança, se de momento a outro
Todas as brisas tendem, conflitantes, a se redirecionar
Satisfaço-me já e apenas com a coloração dos sonhos
E em sonhos contemplo toda a realização
Não há intempéries, nem gritos, nem dores, nele
Que arrefeça-me inexplicável a constância
E alterne do vento, sem prenúncios, a direção
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Vazio
Por Andrea Cristina Lopes
O Vazio é um não ter, que dói
Corrói o último, extremo suspiro
É saudade oculta
Conjugada de grifos
Rabiscos vermelhos
Em meu coração
Um retiro
Se eu grifasse em estrelas tantas
Sem seu nome, en.quanto te esperei
Em que fases me e.levei
Na palidez de escassas luas
Seriam pingadas, todas
Não parcas, mas, macias
O enunciar do efeito
Cônscio e conclusivo
...
Terminante-
mente
Tua!
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Poetisa da Lua