domingo, 12 de junho de 2011

Percepções



Percepções
                  Por Andrea Cristina Lopes


E quando do final da noite
O que se projeta
É a solidão
Acompanhada, ou não
E uma dor lastimosa
... pulsante

E que todos se foram
E na carne solitária
Só a saudade embala
As memórias de um amor
E de seus instantes



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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Dia dos Namorados


A aqueles que estão enamorados
desejo as flores de toda estação.

Que jamais se vejam em seus caminhos
sem a ternura de um grande amor
... e sem a alegria
de uma grande paixão.

      
Feliz Dia dos Namorados, amor!



DESCONSTRUÇÃO


 
Desconstrução
             Por Andrea Cristina Lopes


Se nada mais há para falar
que nada se fale ou fale
findaram-se os sonhos
se assim, então
 que me surja
... breve
uma nova verdade.


Deveras estranho
é a leda claridade
que essa nova paz me dá
uma paz embutida
naquilo que não mais está.


Uma paz
que imprudente me vem
de uma desconstrução
se tal criança, foi que amei
quando havia e quando não
motivos para amar.


Que intento é esse meu Deus
que me tiras de mim?
e me negas o resgate,
atiça-me com o fim?

...


Saíste tão sem palavras
tão diferente do dia
... do dia
em que te achegastes.


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Pelos Jardins da Felicidade



Pelos Jardins da Felicidade

                    Por Andrea Cristina Lopes


Pensava abstrata, nas cores que via no céu
Sonhava com flores, pelo vento, prostradas
Na relva macia, perfume de almíscar e mel
Seguindo o curso do rio limitando a estrada

Nus eram seus pés e pelos campos corria
Entre plumas de nuvem, pelo sol dourada
Tecia canções de ninar, o adágio do silêncio
Trançando sonhos avulsos, sibilos na alvorada

Adentrou as vistas do mundo, no intento de amar
Não conhecia aflição ou elas lhe eram tragadas
Quando o som do seu riso alcançava o voejar

Almejava com nobre anseio, pela jovem toada
E pelas réstias de sol que se consentiam sagrar
Tenra luz alentando enfim, a pêndula jornada
   
                                               

                                 
                            **** imagens google*****





quarta-feira, 8 de junho de 2011

Florescer





Florescer
             Por Andrea Cristina Lopes


Desde a relva antiga de meu adolescer
e dos sonhos todos que deixei na estrada
parcas foram as certezas que tive na vida
a mais certa delas … é, já, decapitada

Quem sou, quem fui, e por onde vou
e dos elementos que me compõem
sou a água, o fogo, sou parte do azul
e também o hífem que os interpõem

As flores mansas que trago nas mãos
as lanço todas para aquele que espera
e assim prossigo por entre os meus dias
sem nunca, jamais me tornar primavera







terça-feira, 7 de junho de 2011

Travessia


Travessia
                  Por Andrea Cristina Lopes

Por ora arrefeço meus olhos
Cerro minha boca
Desafio minhas mãos

Rescindo com todos os versos
Descarto as verdades nuas
E para contrabalançar-me
Lanço fora os meus pés

Pés de lua, pés de buscar-te
Pés de ir até onde o sol te espera

Aparto-me, reparo e não paro
Das truculências me recomponho
E o tempo já não compõe dias
Nem sonhos, nem turnos

Soturna, então da noite
Lanço-me aflita, nos braços
Que me morrem quase lentos
Quando o sol vem erguendo o dia
 





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NÃO BIOGRAFIA



Não Biografia

         Por Andrea Cristina Lopes


Não sou mais que um leve sopro de vento
Não mais que só uma gota no infinito
Mas paro o meu tempo, se me for preciso
Corro minhas horas, não pereço, nem agito

Sou uma gota ìnfima e me assemelho
A todos demais que me cruzam o caminho
Sou não vista, visto que sou só um pequeno
Pequeno pássaro que se perdeu do ninho

Aos meus próprios e tão falhos cacos
Ora recolho-me, só e já fortalecida
Não me espalho ao vento, sou a poeira
D'antes poesia, agora esvanecida.

E se no exato hoje é somente a ira
A força máxima que me alimenta
Amanhã me terá o retorno à brandura
Essa força soberana que me apascenta.





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segunda-feira, 6 de junho de 2011

SAÍDA




Saída
   
Por Andrea Cristina Lopes


E como todo fim um dia chega
eis que tudo se acaba
se estanca o riso
e o sucumbe à leve
leve mas incômoda
réstia de dor.

Ronda-me um frio doído
numa lúdica rotina
e açoitam-me dias iguais
iguais, vazios, combalidos
sem sonhos ou objetivos
tampouco amor.



   And I did love to love you.



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