Travessia
Por Andrea Cristina Lopes
Por ora arrefeço meus olhos
Cerro minha boca
Desafio minhas mãos
Rescindo com todos os versos
Descarto as verdades nuas
E para contrabalançar-me
Lanço fora os meus pés
Pés de lua, pés de buscar-te
Pés de ir até onde o sol te espera
Aparto-me, reparo e não paro
Das truculências me recomponho
E o tempo já não compõe dias
Nem sonhos, nem turnos
Soturna, então da noite
Lanço-me aflita, nos braços
Que me morrem quase lentos
Quando o sol vem erguendo o dia
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