terça-feira, 7 de junho de 2011

Travessia


Travessia
                  Por Andrea Cristina Lopes

Por ora arrefeço meus olhos
Cerro minha boca
Desafio minhas mãos

Rescindo com todos os versos
Descarto as verdades nuas
E para contrabalançar-me
Lanço fora os meus pés

Pés de lua, pés de buscar-te
Pés de ir até onde o sol te espera

Aparto-me, reparo e não paro
Das truculências me recomponho
E o tempo já não compõe dias
Nem sonhos, nem turnos

Soturna, então da noite
Lanço-me aflita, nos braços
Que me morrem quase lentos
Quando o sol vem erguendo o dia
 





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