... e meus olhos se fechem
preciso apenas de um aparte,
nesse momento que se encerra
essa ponta que quase existe
e ainda resta entre o tudo e o nada
Antes que meus lábios se calem sonolentos
muito o que careço
é um momento de teus olhos
lisos e fugidios para os vales
onde o sol se faz visto
a toda e nova manhã
É só o que preciso
e dizer-te do que se passa
dentro em mim
essa imensidão que não se cala
e não se esvazia de amar-te
sempre e mais
a cada novo dia raiado.
Que sou composta só de sonhos
esses que teço em cada manhã desperta
sonhos leves feito um orvalho
evanecido quando a lua finda
Então, não me deixe ir ainda
não me perca
entre as pequenas estrelas
que gritam, que soam
durante a demora da noite
Não me faça distante
há momentos em que as flores ainda cantam
e repousam... como quem sempre espera
soníferas esferas de alguma luz
macios e claros mantos
réstias de dias antigos
que se deixaram ficar
Acalme por algum tempo
a minha loucura
e adormeça de mim mesma
os meus pensamentos
p´r a que eu poesia
não me faça passar...
Andrea Cristina Lopes
***imagens
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