domingo, 22 de maio de 2011

Que dourem os Sonhos, Num Novo Dia

  



















Que dourem os Sonhos, Num Novo Dia
                                                                                      Por Andrea Cristina Lopes


Por hoje o meu dia termina!
Meu tempo passa
Sem gracejos de pássaros pelo céu!
...
Já me é noite e o silêncio ... um mausoléu
Que me acua, me abrevia em afoitos ritos
De relva dentro em mim e, assim
Nesse olhar paciente torno a ser só a lua
Esmaecida e estendida, de alma nua
Pelos céus azuis de macio cetim

Submersa e destoada de cores ouço-lhe as asas
Dos pensares, onde os pesares são brumas
Plumas rasas, borboletas que me voam dentro
...
Sobrevôos por meus extintos sonhos amenos
Num bater suas asas descompassadamente
Desse tempo antiquado em que meu legado
É semear, espalhar e crer no além  plantio

Sempre no intento que sóis  e chuvas me venham acudir
E as tempestades e ventos se atenham em não vir
Não sabotem e,  não induzam meu sentido
Dando-me e acatar que meu  fim se achega

... Em passos lentos e sensatos...

Sem rimas, poemas e/ou afins
Que me possam devolver
Ao que perdi
...
De mim!





                   *** imagens google***









sábado, 21 de maio de 2011

Intempéries



Intempéries

             Por Andrea Cristina Lopes


Por vezes surpreende-me
Uma súbita volta ao pranto
E acaricia-me
Um imenso vazio.

Por vezes é o sol que me acolhe
Aquece-me a pele pálida
E seca-me as lágrimas
Chega-me para a alma
Um dia a mais de estio.





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segunda-feira, 16 de maio de 2011

FACES




Faces
     Por Andrea Cristina Lopes


Quem é você
que libera-me abstrata
em desejos matinais
que de tão irreais
passam a submissos
quase uma poesia
breve, afoita, aflita
em doces doses de feitiços?


Quem é você que desmancha
e lança-me para o alto
além do azul
aquém às expectativas
além do que ouso
a uma voraz vida
livre de sobressalto?


Quem é você que apascenta
representa minhas lutas
labutas, intentos, tentativas
e mantém-me viva
protegida até de mim
e não permite que eu pense
quando sagaz me convence
que me dista o fim?


Quem é você
esse ser ora luz ora breu
e que de tanto ser eu
se fez morada
nessa escassa poesia
quase ativa e meio viva
que ora habita em mim?



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Revivo-te



Revivo-te
       
Por Andrea Cristina Lopes


Emergente
Saliente em cada traço
em que a tinta fresca
suavemente ecoa.

Recolho-te as lembranças
e delas recomponho
tuas histórias
desprovidas de nexo.

Um vento oportunista
nos absorve, sorve
meio sem tempo
meio que à toa.

Recrio teus olhos
fictícios, ensolarados
mantenho-me acordada
nessa nossa inversão.

Ilusão transitória
onde paixão era febre
fazendo-nos os reféns
em nossas próprias memórias.




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domingo, 15 de maio de 2011

Desditos



Desditos
         Por Andrea Crisitina Lopes


E coisas que eram absolutamente minhas
Já não tão minhas, olham-me
Encabulam-me, perambulam
Entre os espaços vagos
Nos lugares escondidos
No recôndito de minh´alma,
D´antes em chama.


E de tantos fins
Que nunca tiveram começo
Já não resta sequer o apreço
Pelo que sucedeu aos dias áridos
Antepostos à partida.


E dos gritos que soavam vida
Só as lembranças ecoam
Frias invenções que doem
Tênue, então se finda
O esperado e sonhado dia
Que se faria nosso eterno
“Juntos", enfim.




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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Reinvenção


Reinvenção



Leva-me, ó sagrado e terno amor
Ao lugar onde repousam, lentos
E brandos de silencio, os teus passos
Sem pressa, sem máculas
Alheio, desatento de todo e qualquer temor

Colhe-me em fins ensolarados de tarde
Ante ao mar bravejo, ora em maresia
Repousa-me suave em teus braços leitos
Quando a noite insana levar-nos sorrateira
O novo e esperado dia

Revive-me, ó eterno amado
Na graceja esperança de que o frio se vá
Traga-me à tona, externa-me aos teus olhos,
Seja então meu brilho
A captar as flores que a primavera dirá

Inventa-me, amor
A qualquer luz, todo tempo, infinita chama
Sopra-me a vida, uma nota, sobre luz
Posto que esse dom, só possui aquele
Que se torna infinito enquanto ama




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segunda-feira, 9 de maio de 2011

Tempo ao Tempo




Tempo ao Tempo
                                               Por Andrea Cristina Lopes


Para que se nasçam as novas palavras
muitas vezes é necessário
elucidar novos vínculos
com o simples ato de silenciar

Para que se soltem eficazes as amarras
nada é mais contundente
  acertadamente se dar um simples ato
de apenas um brando esperar

É cabível que se olhem para os semblantes
com olhos deveras ternos e de improviso
É aceitável a comoção dos lábios
Quando a razão se tornar descabida
e só a ternura se fizer preciso

Que o tempo ao tempo jamais se perca
aturdido entre o que se quer e que não
Que nos sejam as penas simplesmente
um reforço ao que mais almejam
a nossa alma e coração






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domingo, 1 de maio de 2011

Da Alegria






Da Alegria
          Por Andrea Cristina Lopes


Que eu não me torne como a pedra, dura e sem viço
Estática, sem nenhuma alegria.
Que não se apossem de mim, limos
Cinzentos, qual céu de chuva
Quando o frio furta o calor do dia.

Que eu não cale minha voz, qual escuridão
Que ao dia de sol, sem alegria, abateu
Que não se fechem meus olhos
Numa solidão a dois, que num momento é luz
E noutro, rapidamente, se torna em breu.

Que não se passem os ritos de poesia
Mágico dom, que o céu me concedeu
E que não se/me esmaguem as rimas
A magia que ´inda me faz menina
Mesmo quando o tempo embrutecido
Ao meu então sonho, já envelheceu.





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sábado, 30 de abril de 2011

Amor e Lágrimas


Amor e Lágrimas

              Por Andrea Cristina Lopes


Não compreendo amor que ao dizer-se absoluto
Guarda-se, se esvazia e se vai, sem quase nada almejar
Não alcanço essa concepção, quando em nossas mãos
Todos os motivos são flores, aonde os colibris vêm bailar

Não vislumbro estrelas na noite em que o breu veste o luar
Não me satisfazem palavras, se pode o vento a todas levar
Não me permito mais a esperança, se de momento a outro
Todas as brisas tendem, conflitantes, a se redirecionar

Satisfaço-me já e apenas com a coloração dos sonhos
E em sonhos contemplo toda a realização
Não há intempéries, nem gritos, nem dores, nele
Que arrefeça-me inexplicável a constância
E alterne do vento, sem prenúncios, a direção


             

                ***imagens google***

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Vazio


Vazio

      Por Andrea Cristina Lopes


O Vazio é um não ter, que dói
Corrói o último, extremo suspiro
É saudade oculta
Conjugada de grifos
Rabiscos vermelhos
Em meu coração
Um retiro

Se eu grifasse em estrelas tantas
Sem seu nome,  en.quanto te esperei
Em que fases  me e.levei
Na palidez de escassas luas

Seriam pingadas, todas
Não parcas,  mas, macias
O enunciar do efeito
Cônscio  e conclusivo
 ...
 Terminante-
mente
Tua!


 

         *** imagens google***



                Poetisa da Lua

Oportunos Momentos




Oportunos Momentos



Crio expectativas
Chamas salientes, vivas
Daquilo que ainda será.

Busco também os motivos
Fragmentos, estilhaços vivos
Resquícios de alegrias soltas
Intempestivas pelo ar.

São espaços tão longínquos
Perdidos em constelações
Dispostos por entre estrelas.

Atiram-se então meus olhos
De insetos enluarados
E doam-se fartos
A movê-las.

Em busca de outro espaço
Onde braços se lançam
Unos, dóceis
Em frágil construção.

E chora o céu, calado.
Serenadas folhas balançam
E noite adentro, finda-se o silencio
De mãos que ora em dormência
Põem-se em oração.






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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Entre a Luz e o Breu



Entre a Luz e o Breu



Era  breu.
E de repente amanhece.
Os olhos nem querem se abrir.
O corpo ainda padece.
 
Água que leva o cansaço.
Enquanto ferve o café.
Frio, uniformes, sacola
Crianças, tentem apressar!
Se não vão perder a escola.
 
Depois,
O transito é infernal
O frio está congelante,
E tantos avançam o sinal
E passam,
Acelerando, arrogantes.
 
Finalmente, o Bom Dia!
D´alguns a indagação
Bom Dia, por quê?
O mais contente
Acho que era o vigia!
 
O dia começa agitado!
Tem ligações chegando
E tem gente esperando do lado.
 
Meu sistema parou!
Já acabou a auditoria?
E mais e-mails chegando,
Meu Deus, precisava mais horas
No meu dia!
 
É mesmo querendo gritar
Mesmo querendo correr,
É melhor manter o sorriso
Para os ânimos conter.
 
E em quase dois segundos
Que ela tem de recreação
Toma o lápis e bloco
Anota a inspiração,
Afinal, é esse
Seu verdadeiro mundo.
 
Os versos deslizam rápidos
Escorrem do coração,
Ela dobra o papel
Nele, uma quase oração!


E o guarda para mais tarde,

No bolso do seu blusão!
Quem sabe ela poderá
Ter um tempo de versar
E buscar no surreal
Motivos para se alegrar.
 
A tarde já vem caindo,
Finalmente fecha a janela,
E parte para seu recanto
Onde canta em aquarela.
 
E muito tarde, além
Além do nascer do sol
Se permite celebrar estrelas
Num momento que é apenas
Dela. 
 
“It  seems  to  me  that
we are both the same   ” 
Música para seus ouvidos
E nos momentos seguintes
Algumas respostas torpes,
Encanto  que se perdeu
Bem vindo, ao desconhecido
 
“Everywhere I look I see her smile”
Ouve e viaja no tempo
Céu, jardim, silêncio, o vento
Em seus pensamentos
Tão latentes.
 
Pensa em escrever poemas
Mas se foi a inspiração
E repousa novamente na alma
Versos que eram canção
O silêncio os levou,
Assim que outra brisa soprou
 
E quem haveria
De um dia poder entender
Que era a mesma sintonia,
Que não deixasse tão fácil
O coração esmaecer
 
E ela decora seus versos
Com magia de aprendiz
Não tem lágrimas, nem futuro
É o que o presente prediz
 
Quem sabe,
Acaso haja outra vida,
Tudo seja mais ameno
E a tarde sob o sol, aquecida
Fecha os olhos
E se imagina a dançar
O toque da pele, macio
Tato, paladar, olfato
Afasta o rigor do vazio.
 
Abruptamente desperta
Do pensamento surreal
Já é tão tarde e o novo dia
Tem tudo para ser igual.

 
Fecha lentamente as telas,
Junta suas aquarelas
Repousa o pensamento
E o travesseiro suave
Absorve as lágrimas, dela.
 
Aos poucos o sono a tem.
Entre as asas de um sonho
E voa rápido não sabe para onde
Seu pensamento se esconde.

 
“She's colored with all the secrets of my soul
I've whispered all my dreams”
Canção que se faz ouvir
E a poetisa brinca,
E seu riso se pode ouvir.
 
Novamente, é breu!

E um sol alegre vem surgindo
A desperta:

....

Acorda, Andrea!
Já amanheceu!
 
 


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O Vazio


O Vazio



Qual sua cor? Azul!?
Qual efeito tem os teus pés?
E como pode um não ser,
visto que vazio é apenas
um não existir,
desconstruir tanto?

Se, não existindo não é.
Então, como pode romper
e fragmentar uma alma
em tantos estilhaços?

Partir, quebrantar ao ponto
de levar-se à clara previsão
de jamais, em tempo algum
ou lugar, novo conseguir
...
Restabelecerem-se

os perdidos passos?!

*****


Esse pensamento foi elaborado com base
no Poema Vazio by Robério Matos

Um grande Escritor e sensível Poeta.
O qual merece todo destaque.

 
Autor do Livro - Quadro de Giz

www.asabeca.com.br/detalhes.php

*****



Leia aqui: Vazio - (by autor)

recantodasletras.uol.com.br/poesiasdetristeza/2608624

http://www.roberiomatos.com/2011/04/vazio.html












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domingo, 24 de abril de 2011

Dança


Dança



Ouço as estrelas
Brincando de esconder 
Atrás das gotículas da chuva
Que a noite lá fora
Faz dissolver 


Leves passos
Ninfa e Elfo Diáfano 
Enlevados ... 
Na dança 
O olhar
O tato 
Tépidos lábios  


Stop


 Ao tempo
... e espaço 




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sábado, 23 de abril de 2011

Temperamento




Temperamento
               Por Andrea Cristina Lopes


A noite
se transcende no silêncio.
E, em folhas
que anoitecem calmas,
sob os galhos
escuramente retesos.


No brilho
das romãs adolescentes
a camada de luz
clarifica.
E, apenas as imagens
falam.







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