segunda-feira, 25 de abril de 2011

Entre a Luz e o Breu



Entre a Luz e o Breu



Era  breu.
E de repente amanhece.
Os olhos nem querem se abrir.
O corpo ainda padece.
 
Água que leva o cansaço.
Enquanto ferve o café.
Frio, uniformes, sacola
Crianças, tentem apressar!
Se não vão perder a escola.
 
Depois,
O transito é infernal
O frio está congelante,
E tantos avançam o sinal
E passam,
Acelerando, arrogantes.
 
Finalmente, o Bom Dia!
D´alguns a indagação
Bom Dia, por quê?
O mais contente
Acho que era o vigia!
 
O dia começa agitado!
Tem ligações chegando
E tem gente esperando do lado.
 
Meu sistema parou!
Já acabou a auditoria?
E mais e-mails chegando,
Meu Deus, precisava mais horas
No meu dia!
 
É mesmo querendo gritar
Mesmo querendo correr,
É melhor manter o sorriso
Para os ânimos conter.
 
E em quase dois segundos
Que ela tem de recreação
Toma o lápis e bloco
Anota a inspiração,
Afinal, é esse
Seu verdadeiro mundo.
 
Os versos deslizam rápidos
Escorrem do coração,
Ela dobra o papel
Nele, uma quase oração!


E o guarda para mais tarde,

No bolso do seu blusão!
Quem sabe ela poderá
Ter um tempo de versar
E buscar no surreal
Motivos para se alegrar.
 
A tarde já vem caindo,
Finalmente fecha a janela,
E parte para seu recanto
Onde canta em aquarela.
 
E muito tarde, além
Além do nascer do sol
Se permite celebrar estrelas
Num momento que é apenas
Dela. 
 
“It  seems  to  me  that
we are both the same   ” 
Música para seus ouvidos
E nos momentos seguintes
Algumas respostas torpes,
Encanto  que se perdeu
Bem vindo, ao desconhecido
 
“Everywhere I look I see her smile”
Ouve e viaja no tempo
Céu, jardim, silêncio, o vento
Em seus pensamentos
Tão latentes.
 
Pensa em escrever poemas
Mas se foi a inspiração
E repousa novamente na alma
Versos que eram canção
O silêncio os levou,
Assim que outra brisa soprou
 
E quem haveria
De um dia poder entender
Que era a mesma sintonia,
Que não deixasse tão fácil
O coração esmaecer
 
E ela decora seus versos
Com magia de aprendiz
Não tem lágrimas, nem futuro
É o que o presente prediz
 
Quem sabe,
Acaso haja outra vida,
Tudo seja mais ameno
E a tarde sob o sol, aquecida
Fecha os olhos
E se imagina a dançar
O toque da pele, macio
Tato, paladar, olfato
Afasta o rigor do vazio.
 
Abruptamente desperta
Do pensamento surreal
Já é tão tarde e o novo dia
Tem tudo para ser igual.

 
Fecha lentamente as telas,
Junta suas aquarelas
Repousa o pensamento
E o travesseiro suave
Absorve as lágrimas, dela.
 
Aos poucos o sono a tem.
Entre as asas de um sonho
E voa rápido não sabe para onde
Seu pensamento se esconde.

 
“She's colored with all the secrets of my soul
I've whispered all my dreams”
Canção que se faz ouvir
E a poetisa brinca,
E seu riso se pode ouvir.
 
Novamente, é breu!

E um sol alegre vem surgindo
A desperta:

....

Acorda, Andrea!
Já amanheceu!
 
 


*** imagens google***