quarta-feira, 8 de junho de 2011

Florescer





Florescer
             Por Andrea Cristina Lopes


Desde a relva antiga de meu adolescer
e dos sonhos todos que deixei na estrada
parcas foram as certezas que tive na vida
a mais certa delas … é, já, decapitada

Quem sou, quem fui, e por onde vou
e dos elementos que me compõem
sou a água, o fogo, sou parte do azul
e também o hífem que os interpõem

As flores mansas que trago nas mãos
as lanço todas para aquele que espera
e assim prossigo por entre os meus dias
sem nunca, jamais me tornar primavera







terça-feira, 7 de junho de 2011

Travessia


Travessia
                  Por Andrea Cristina Lopes

Por ora arrefeço meus olhos
Cerro minha boca
Desafio minhas mãos

Rescindo com todos os versos
Descarto as verdades nuas
E para contrabalançar-me
Lanço fora os meus pés

Pés de lua, pés de buscar-te
Pés de ir até onde o sol te espera

Aparto-me, reparo e não paro
Das truculências me recomponho
E o tempo já não compõe dias
Nem sonhos, nem turnos

Soturna, então da noite
Lanço-me aflita, nos braços
Que me morrem quase lentos
Quando o sol vem erguendo o dia
 





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NÃO BIOGRAFIA



Não Biografia

         Por Andrea Cristina Lopes


Não sou mais que um leve sopro de vento
Não mais que só uma gota no infinito
Mas paro o meu tempo, se me for preciso
Corro minhas horas, não pereço, nem agito

Sou uma gota ìnfima e me assemelho
A todos demais que me cruzam o caminho
Sou não vista, visto que sou só um pequeno
Pequeno pássaro que se perdeu do ninho

Aos meus próprios e tão falhos cacos
Ora recolho-me, só e já fortalecida
Não me espalho ao vento, sou a poeira
D'antes poesia, agora esvanecida.

E se no exato hoje é somente a ira
A força máxima que me alimenta
Amanhã me terá o retorno à brandura
Essa força soberana que me apascenta.





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segunda-feira, 6 de junho de 2011

SAÍDA




Saída
   
Por Andrea Cristina Lopes


E como todo fim um dia chega
eis que tudo se acaba
se estanca o riso
e o sucumbe à leve
leve mas incômoda
réstia de dor.

Ronda-me um frio doído
numa lúdica rotina
e açoitam-me dias iguais
iguais, vazios, combalidos
sem sonhos ou objetivos
tampouco amor.



   And I did love to love you.



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terça-feira, 31 de maio de 2011

Feitiço




Feitiço

Passou-me o dom
Passou-me a condição primária
De curar-te às máculas.

Passaram também minhas mãos
Voaram meus versos
Donde por tantos luares
Afaguei-te da alma
Às ranhuras.

Quem me dera ter colhido
Do teu espírito em desespero
A amargura
E dela destilado
O lado doce que tem a vida
Que desilude num dia
Mas no outro revigora.





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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Da Compreensão






Da Compreensão


          Compreendi, quando segundo teus olhos, mudanças eram necessárias e renúncia “me beneficiaria”. Não no momento presente, mas nas surpresas que o futuro poderia trazer-me ao abrir suas portas. Concepção unilateralmente tua.


          Entendi que ao desistires me ofertavas uma “suposta vida”, mas não entendi a não consideração daquilo que me era mais caro, meu mais intenso querer.


          E dessa vez,  fiquei sem entender o ir sem mim, o passar sem levar-me, o riso já sem meu som.

          Não compreendi a atuação, teus minutos de entrega, tuas vidas de espera.


           Não assimilei o fechar e reabrir de meus olhos cansados, se me fores apenas uma doce e saudosa memória. Parte real da minha fictícia e sonhada história, por anos luzes de um azul, sempre a me indagar ... se já era tempo, enfim.


 


                                                           *** imagens google***

Declínio




Declínio


Ao adentrar os umbrais de meus outrora
Imaculados olhos
Permita-se as lembranças
Das esparsas flores que te ofertei
Eram sempre amarelas
E sob o sol suas lapelas
Abriam-se, em oferendas antigas
Que tão somente a ti criei.

E em minha lápide poesia
Verbos que te versei
Palavras que me compunham a alma
Ora em estilhaços
Sob uma lágrima fria
E quão opressores  os descaminhos
Trilhados, por onde de ti
Dia desses 
me apartei.




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sábado, 28 de maio de 2011

Dia Frio


Dia Frio

     Por Andrea Cristina Lopes

No vinco dos dias idos
Fantasmas se ocultam
Brincam
Riem
Fazem estripulias

Saudade e passado
Solidários
Assombram-me
Vem e vão
Sem  ou con.sentimento(meu)
Não medem  estação