A arte nossa de cada dia... Poesia, música, culinária natureza e harmonia.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
DESCONSTRUÇÃO
Desconstrução
Por Andrea Cristina Lopes
Se nada mais há para falar
que nada se fale ou fale
findaram-se os sonhos
se assim, então
que me surja
se assim, então
que me surja
... breve
uma nova verdade.
Deveras estranho
é a leda claridade
que essa nova paz me dá
uma paz embutida
naquilo que não mais está.
Uma paz
que imprudente me vem
de uma desconstrução
se tal criança, foi que amei
quando havia e quando não
motivos para amar.
Que intento é esse meu Deus
que me tiras de mim?
e me negas o resgate,
atiça-me com o fim?
...
Saíste tão sem palavras
tão diferente do dia
... do dia
em que te achegastes.
*** imagens google ***
Pelos Jardins da Felicidade
Pelos Jardins da Felicidade
Por Andrea Cristina Lopes
Pensava abstrata, nas cores que via no céu
Sonhava com flores, pelo vento, prostradas
Na relva macia, perfume de almíscar e mel
Seguindo o curso do rio limitando a estrada
Nus eram seus pés e pelos campos corria
Entre plumas de nuvem, pelo sol dourada
Tecia canções de ninar, o adágio do silêncio
Trançando sonhos avulsos, sibilos na alvorada
Adentrou as vistas do mundo, no intento de amar
Não conhecia aflição ou elas lhe eram tragadas
Quando o som do seu riso alcançava o voejar
Almejava com nobre anseio, pela jovem toada
E pelas réstias de sol que se consentiam sagrar
Tenra luz alentando enfim, a pêndula jornada
**** imagens google*****
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Florescer
Florescer
Por Andrea Cristina Lopes
Desde a relva antiga de meu adolescer
e dos sonhos todos que deixei na estrada
parcas foram as certezas que tive na vida
a mais certa delas … é, já, decapitada
Quem sou, quem fui, e por onde vou
e dos elementos que me compõem
sou a água, o fogo, sou parte do azul
e também o hífem que os interpõem
As flores mansas que trago nas mãos
as lanço todas para aquele que espera
e assim prossigo por entre os meus dias
sem nunca, jamais me tornar primavera
terça-feira, 7 de junho de 2011
Travessia
Travessia
Por Andrea Cristina Lopes
Por ora arrefeço meus olhos
Cerro minha boca
Desafio minhas mãos
Rescindo com todos os versos
Descarto as verdades nuas
E para contrabalançar-me
Lanço fora os meus pés
Pés de lua, pés de buscar-te
Pés de ir até onde o sol te espera
Aparto-me, reparo e não paro
Das truculências me recomponho
E o tempo já não compõe dias
Nem sonhos, nem turnos
Soturna, então da noite
Lanço-me aflita, nos braços
Que me morrem quase lentos
Quando o sol vem erguendo o dia
***imagens google***
NÃO BIOGRAFIA
Não Biografia
Por Andrea Cristina Lopes
Não sou mais que um leve sopro de vento
Não mais que só uma gota no infinito
Mas paro o meu tempo, se me for preciso
Corro minhas horas, não pereço, nem agito
Sou uma gota ìnfima e me assemelho
A todos demais que me cruzam o caminho
Sou não vista, visto que sou só um pequeno
Pequeno pássaro que se perdeu do ninho
Aos meus próprios e tão falhos cacos
Ora recolho-me, só e já fortalecida
Não me espalho ao vento, sou a poeira
D'antes poesia, agora esvanecida.
E se no exato hoje é somente a ira
A força máxima que me alimenta
Amanhã me terá o retorno à brandura
Essa força soberana que me apascenta.
*** imagens google***
segunda-feira, 6 de junho de 2011
SAÍDA
Saída
Por Andrea Cristina Lopes
E como todo fim um dia chega
eis que tudo se acaba
se estanca o riso
e o sucumbe à leve
leve mas incômoda
réstia de dor.
Ronda-me um frio doído
numa lúdica rotina
e açoitam-me dias iguais
iguais, vazios, combalidos
sem sonhos ou objetivos
tampouco amor.
And I did love to love you.
*** imagens google***
terça-feira, 31 de maio de 2011
Feitiço
Feitiço
Passou-me o dom
Passou-me a condição primária
De curar-te às máculas.
Passaram também minhas mãos
Voaram meus versos
Donde por tantos luares
Afaguei-te da alma
Às ranhuras.
Quem me dera ter colhido
Do teu espírito em desespero
A amargura
E dela destilado
O lado doce que tem a vida
Que desilude num dia
Mas no outro revigora.
***imagens google***
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Da Compreensão
Da Compreensão
Compreendi, quando segundo teus olhos, mudanças eram necessárias e renúncia “me beneficiaria”. Não no momento presente, mas nas surpresas que o futuro poderia trazer-me ao abrir suas portas. Concepção unilateralmente tua.
Entendi que ao desistires me ofertavas uma “suposta vida”, mas não entendi a não consideração daquilo que me era mais caro, meu mais intenso querer.
E dessa vez, fiquei sem entender o ir sem mim, o passar sem levar-me, o riso já sem meu som.
Não compreendi a atuação, teus minutos de entrega, tuas vidas de espera.
Não assimilei o fechar e reabrir de meus olhos cansados, se me fores apenas uma doce e saudosa memória. Parte real da minha fictícia e sonhada história, por anos luzes de um azul, sempre a me indagar ... se já era tempo, enfim.
*** imagens google***
Declínio
Declínio
Ao adentrar os umbrais de meus outrora
Imaculados olhos
Permita-se as lembranças
Das esparsas flores que te ofertei
Eram sempre amarelas
E sob o sol suas lapelas
Abriam-se, em oferendas antigas
Que tão somente a ti criei.
E em minha lápide poesia
Verbos que te versei
Palavras que me compunham a alma
Ora em estilhaços
Sob uma lágrima fria
E quão opressores os descaminhos
Trilhados, por onde de ti
Dia desses me apartei.
*** imagens google***
sábado, 28 de maio de 2011
Dia Frio
Dia Frio
Por Andrea Cristina Lopes
No vinco dos dias idos
Fantasmas se ocultam
Brincam
Riem
Fazem estripulias
Saudade e passado
Solidários
Assombram-me
Vem e vão
Sem ou con.sentimento(meu)
Não medem estação
No vinco dos dias idos
Fantasmas se ocultam
Brincam
Riem
Fazem estripulias
Saudade e passado
Solidários
Assombram-me
Vem e vão
Sem ou con.sentimento(meu)
Não medem estação
sexta-feira, 27 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
Que dourem os Sonhos, Num Novo Dia
Que dourem os Sonhos, Num Novo Dia
Por Andrea Cristina Lopes
Por hoje o meu dia termina!
Meu tempo passa
Sem gracejos de pássaros pelo céu!
...
Já me é noite e o silêncio ... um mausoléu
Que me acua, me abrevia em afoitos ritos
De relva dentro em mim e, assim
Nesse olhar paciente torno a ser só a lua
Esmaecida e estendida, de alma nua
Pelos céus azuis de macio cetim
Submersa e destoada de cores ouço-lhe as asas
Dos pensares, onde os pesares são brumas
Plumas rasas, borboletas que me voam dentro
...
Sobrevôos por meus extintos sonhos amenos
Num bater suas asas descompassadamente
Desse tempo antiquado em que meu legado
É semear, espalhar e crer no além plantio
Sempre no intento que sóis e chuvas me venham acudir
E as tempestades e ventos se atenham em não vir
Não sabotem e, não induzam meu sentido
Dando-me e acatar que meu fim se achega
... Em passos lentos e sensatos...
Sem rimas, poemas e/ou afins
Que me possam devolver
Ao que perdi
...
De mim!
sábado, 21 de maio de 2011
Intempéries
Intempéries
Por Andrea Cristina Lopes
Por vezes surpreende-me
Uma súbita volta ao pranto
E acaricia-me
Um imenso vazio.
Por vezes é o sol que me acolhe
Aquece-me a pele pálida
E seca-me as lágrimas
Chega-me para a alma
Um dia a mais de estio.
***imagens google***
segunda-feira, 16 de maio de 2011
FACES
Faces
Por Andrea Cristina Lopes
Quem é você
que libera-me abstrata
em desejos matinais
que de tão irreais
passam a submissos
quase uma poesia
breve, afoita, aflita
em doces doses de feitiços?
Quem é você que desmancha
e lança-me para o alto
além do azul
aquém às expectativas
além do que ouso
a uma voraz vida
livre de sobressalto?
Quem é você que apascenta
representa minhas lutas
labutas, intentos, tentativas
e mantém-me viva
protegida até de mim
e não permite que eu pense
quando sagaz me convence
que me dista o fim?
Quem é você
esse ser ora luz ora breu
e que de tanto ser eu
se fez morada
nessa escassa poesia
quase ativa e meio viva
que ora habita em mim?
***imagens google***
Revivo-te
Revivo-te
Por Andrea Cristina Lopes
Emergente
Saliente em cada traço
em que a tinta fresca
suavemente ecoa.
Recolho-te as lembranças
e delas recomponho
tuas histórias
desprovidas de nexo.
Um vento oportunista
nos absorve, sorve
meio sem tempo
meio que à toa.
Recrio teus olhos
fictícios, ensolarados
mantenho-me acordada
nessa nossa inversão.
Ilusão transitória
onde paixão era febre
fazendo-nos os reféns
em nossas próprias memórias.
***imagens google***
domingo, 15 de maio de 2011
Desditos
Desditos
Por Andrea Crisitina Lopes
E coisas que eram absolutamente minhas
Já não tão minhas, olham-me
Encabulam-me, perambulam
Entre os espaços vagos
Nos lugares escondidos
No recôndito de minh´alma,
D´antes em chama.
E de tantos fins
Que nunca tiveram começo
Já não resta sequer o apreço
Pelo que sucedeu aos dias áridos
Antepostos à partida.
E dos gritos que soavam vida
Só as lembranças ecoam
Frias invenções que doem
Tênue, então se finda
O esperado e sonhado dia
Que se faria nosso eterno
“Juntos", enfim.
***imagens google***
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Reinvenção
Reinvenção
Leva-me, ó sagrado e terno amor
Ao lugar onde repousam, lentos
E brandos de silencio, os teus passos
Sem pressa, sem máculas
Alheio, desatento de todo e qualquer temor
Colhe-me em fins ensolarados de tarde
Ante ao mar bravejo, ora em maresia
Repousa-me suave em teus braços leitos
Quando a noite insana levar-nos sorrateira
O novo e esperado dia
Revive-me, ó eterno amado
Na graceja esperança de que o frio se vá
Traga-me à tona, externa-me aos teus olhos,
Seja então meu brilho
A captar as flores que a primavera dirá
Inventa-me, amor
A qualquer luz, todo tempo, infinita chama
Sopra-me a vida, uma nota, sobre luz
Posto que esse dom, só possui aquele
Que se torna infinito enquanto ama
***imagens google***
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Tempo ao Tempo
Tempo ao Tempo
Por Andrea Cristina Lopes
Para que se nasçam as novas palavras
muitas vezes é necessário
elucidar novos vínculos
com o simples ato de silenciar
Para que se soltem eficazes as amarras
nada é mais contundente
acertadamente se dar um simples ato
de apenas um brando esperar
É cabível que se olhem para os semblantes
com olhos deveras ternos e de improviso
É aceitável a comoção dos lábios
Quando a razão se tornar descabida
e só a ternura se fizer preciso
Que o tempo ao tempo jamais se perca
aturdido entre o que se quer e que não
Que nos sejam as penas simplesmente
um reforço ao que mais almejam
a nossa alma e coração
***imagens google***
Por Andrea Cristina Lopes
Para que se nasçam as novas palavras
muitas vezes é necessário
elucidar novos vínculos
com o simples ato de silenciar
Para que se soltem eficazes as amarras
nada é mais contundente
acertadamente se dar um simples ato
de apenas um brando esperar
É cabível que se olhem para os semblantes
com olhos deveras ternos e de improviso
É aceitável a comoção dos lábios
Quando a razão se tornar descabida
e só a ternura se fizer preciso
Que o tempo ao tempo jamais se perca
aturdido entre o que se quer e que não
Que nos sejam as penas simplesmente
um reforço ao que mais almejam
a nossa alma e coração
***imagens google***
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