quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Quais são as tuas verdades?


Saber que as pessoas são livres, 
e o tempo que dispõe conosco
 é presente, dádiva
oferta de coração. 

Faz toda diferença saber!
...
Hoje eu sei. Está em mim 
deixar essa energia fluir para além,
e que reconheço ser também 
morada de essência divina.

Necessário adentrar
esse processo de cura
libertar-se de alma
de coração e de voz.

Digerir a falta, a ausência, 
o esconder-se de amar, 
porque amar, por vezes, 
causa dor.

Mas não amar, é dor maior.
A dor maior é a dor de não amar.
...
Que a poesia liberte o grito 
tão arraigado no amago.
Que se faça, se permita
que conheça e acesse o amor, 
e que no íntimo haja 
sua descoberta pela opção 
intensão, ação
de não economizá-lo.

E que assim, então, se faça 
a luz da compreensão...

"Amor repartido 
é amor multiplicado".


Andrea Cristina Lopes

Foto: © arquivo particular

Solidões



"A solidão é quando o tempo vai embora
Quando a gente perde a hora e o compasso da canção
A solidão é quando o filme fica bobo
Quando a gente perde jogo, porque alguém fez gol de mão."


Oswaldo Montenegro





Imagens: Google


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Antes que o dia finde


... e meus olhos se fechem
preciso apenas de um aparte,
nesse momento que se encerra
essa ponta que quase existe
e ainda resta entre o tudo e o nada

Antes que meus lábios se calem sonolentos
muito o que careço
é um momento de teus olhos
lisos e fugidios para os vales
onde o sol se faz visto
a toda e nova manhã

É só o que preciso
e dizer-te do que se passa
dentro em mim
essa imensidão que não se cala
e não se esvazia de amar-te
sempre e mais
a cada novo dia raiado.

Que sou composta só de sonhos
esses que teço em cada manhã desperta
sonhos leves feito um orvalho
evanecido quando a lua finda

Então, não me deixe ir ainda
não me perca
entre as pequenas estrelas
que gritam, que soam
durante a demora da noite

Não me faça distante
há momentos em que as flores ainda cantam
e repousam... como quem sempre espera

soníferas esferas de alguma luz
macios e claros mantos
réstias de dias antigos
que se deixaram ficar

Acalme por algum tempo
a minha loucura
e adormeça de mim mesma
os meus pensamentos
p´r a que eu poesia
não me faça passar...

 

Andrea Cristina Lopes

 ***imagens google***



Clareza

 "Nada fica oculto sob a incidência da luz".

Imagens: Google

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Segundo tempo

Pausas... Um tempo para assimilação do autoconhecimento


Tempo para imersão nas novas tendências vindouras. Despertar para os fatos mais sutis e que durante uma vida passaram de modo despercebido. Indagar os porquês, tomar conhecimento das nossas mazelas, tomar sua mão e acolher as sombras como uma parte de nós mesmos.

Entender nossos processos e lançar luz sobre as obscuridades. 

O tempo é cumplice. O tempo é determinante. Há que se caminhar para frente para ter exato entendimento sobre o que direcionou o passado. As dores são mestras que devem ser respeitadas e avaliadas em sua tentativa de ensinamento. 

Todo conhecimento externo traz luz sobre o interno do ser. Juntar os fragmentos. Concluir o ciclo e então, lançar-se na nova jornada, arcano inicial, sem pesos, sem culpas, sem excessos... Pouca bagagem, liberação de perdão, do auto perdão e seguir adiante.

Saber e compreender que cada ciclo traz maior amadurecimento, entendimento, de si e do todo. Que a vida é um presente a ser celebrado. Aproveitar a oportunidade de ser, de conhecer, de conhecer-se e de partilhar, de assimilar e assim chegarmos mais perto de ser quem realmente somos. Sem política, sem máscaras, sem disfarces. Num auto acolhimento da nossa criança deixada em alguma margem da caminhada, como já disse Fernando Pessoa.

É tempo. O tempo pede. O tempo lembra. O tempo libera e concretiza.

Bora?!

Andrea Cristina Lopes

Imagem: Arquivo particular.


Imagem: Arquivo particular acrislopes©.

domingo, 5 de setembro de 2021

Céu de Santo Amaro - Flavio Venturini e Caetano Veloso

"(...) meu amor...  Vou lhe dizer

Quero você

Com a alegria de um pássaro

Em busca de outro verão

Na noite do sertão

Meu coração só quer bater por ti

Eu me coloco em tuas mãos

Pra sentir todo o carinho que sonhei

Nós somos rainha e rei..."






domingo, 23 de junho de 2019

Canção para os sonhos



Hoje eu nitidamente preciso ouvir
quero tanto ouvir uma canção diferente
genuína, única que me leve além
desses simplórios limites.

Que finde com o passado
que rompa sem medo algum
com o esperado que não veio
e, que seja sem as voltas
que podem ou esperam
o insondável futuro.
...
Hoje o que eu realmente quero
é apenas uma canção.

-uma canção presente-

Que não me arrefeça a alma
logo depois que amanheça o dia
uma canção que se guarde poesia
sob meus tímpanos
sonora e  de puro enlevo
com suave e constante magia.

Que não me canse os olhares
e, depois da noite findada
já não pense em voltar atrás.

Quero apenas uma nova canção.
-alegre e suave canção-
Que possa me conduzir por passos
de absoluta e exagerada paz.

Eu hoje quero uma canção
que seja feita somente para mim
autêntica e própria ao meu
companheiro meio cansaço
uma canção cujas notas
sejam qual um voo ou abraço
e que não tenham apartes
nem tampouco fim.

Andrea Cristina Lopes




     ***imagens google***

Final de festa



E vão passando no fundo dos meus olhos
Soltas, lentas, insistentemente belas
Vagam-me, ultrapassam-me
E inquirem-me sobre minhas memórias...

São estórias não minhas
Linhas de tempo tresloucadas
Estradas e barulho
Onde os olhos se fecham
E não contemplam mais nada
Apenas sentem as notas
E os acordes finais.

E suas mãos que deslizam
E seus ouvidos que sorriem
E sua alma extasiada
Flutua...

Nessa hora não há nem lua
Nem há madrugada
Só uma fenda entre a noite e o dia
Resguardando suas almas
De amor, saciadas.

Por Andrea Cristina Lopes


***imagens google***



segunda-feira, 8 de abril de 2019

Da magia da Canção


O cinza anoitece o azul 
a noite se aprofunda macia 
estrelas faíscam em silêncio 
em olhos de canção, a magia. 

E não há tempo algum de tristeza 
que habite teu coração 
se teus olhos cúmplices de estrelas
 matizam a ternura e a beleza 
dessa partitura 
da imensidão.

Andrea Cristina Lopes, em Versos Verdes



quarta-feira, 13 de junho de 2018

"Amar ao próximo como a ti mesmo".




“Ama ao teu próximo como a ti mesmo!”


Ao relembrar as sábias palavras de Jesus Cristo, ama o próximo como a ti mesmo, parece bem simples e parece fácil amar o próximo, o próximo como a nós mesmos. Mas, sabemos realmente como nos amar? Sabemos mesmo afagar nosso próprio coração quando as coisas não saem como planejadas? Sabemos nos perdoar quando nos sentimos tristes e culpados por algo que não fizemos por merecer?

Se amarmos o próximo como a nós mesmos, porque não aprendemos a nos dar colo e acalentar nossas próprias tristezas, quando tudo que queremos é nos sentirmos novamente crianças e adormecer afagados nos braços do amor? Do amor que protege, do amor que ama! Porque desse amor, que por pura bondade do céu somos eleitos a receber, o afago necessário, o carinho que mudará para sempre nossa existência, não por obrigação de alguém a nos fazer feliz, mas, por nós mesmos, até nos sentirmos bastante fortes para tornar feliz nossa própria existência e assim partilhar com alguém. Mas, por ser desse amor, que nos vem a cura para a criança triste que não aprendeu a ser amada, a sentir-se amada. É daí que vem o antídoto para “desamarelar” nossas páginas e podermos reescrever nossa estória de forma pura, límpida, singela, e tão amorosa que todo aquele que for nosso próximo, transborde também nesse amor.

Seria isso então um resgate? Poderia ser entendido como caridade, partilha, doação?

Sei bem que quanto mais amor se dá, mais amor se recebe, e mais nos tornamos aptos a receber. E se não for assim, como amarmos nosso próximo quando sentimos o amor tão distante de nós mesmos? Tão desconexo, sem entendimentos possíveis? A não ser que, como já disse Fernando Pessoa sobre certa criança deixada na estrada, que não tenhamos compreendido a dimensão desse "amar o próximo como a nós mesmos". Que não façamos a menor ideia de que para amar fora, precisa amar dentro também.

Será que “eu” sei amar o meu próximo?

Talvez precisemos antes, também buscar a nossa criança, que se perdeu do amor há tantos e tantos anos, fazendo-nos nem saber quem somos, porque viemos... Sobre mim, como a maioria das pessoas, sou só a criança aprendendo a amar. Primeiramente à minha própria essência, ao meu “eu” rotulado, amarelado, entristecido, cobrado, melindrado, ameaçado pelas circunstâncias dos dias, os mesmos que me fizeram um dia esquecer quem sou, e não me deu a entender a que vim...

E se sofro das mesmas mazelas e dores que tantos desses meus próximos, estou aprendendo e quando eu souber realmente me amar, me perdoar pelas minhas falhas, pelas minhas pequenezas, pelos enganos, pelos desenganos, pela minha fome sentimental que se sobrepõe à fome física, então saberei também amar o meu próximo como Jesus sabiamente ordenou? Saberei? Quando eu puder sentir da dor do outro e elevar meu espírito a um estado mais nobre onde a lei seja o amor, talvez seja digna do mandamento precioso de Jesus: “Ama o próximo como a ti mesmo.”

É tanto que se resguarda nessas entrelinhas: ama teu próximo como a ti mesmo. Perdoa teu próximo, pois será perdoado. Abençoa mil vezes teu próximo, quando no auge da raiva, te sentires deixados, perdidos, rejeitados, ignorados. Parece fácil amar o próximo, sermos bons com outréns porque são eles filhos de Deus e merecem ser amados e felizes, assim como cada ser que veio a este mundo. No entanto, por vezes esquecemos que somos todos filhos Dele, do mesmo Deus e que por herança, recebemos do Pai, todo amor, todo afago, toda proteção que necessitamos para nos sentirmos amados, para nos amarmos e podermos de coração aberto e alma em festa, amar nosso próximo, como a nós mesmos.

Aprender a amar leva tempo, requer dedicação, vontade, pureza de alma e acima de tudo, uma vontade muito, mas muito grande de experimentar esse sentimento puro do amor. Não o amor sensual que se revela apenas entre dois seres, mas o amor no mais amplo sentido da palavra, aquele que olha de cima e tudo vê, tudo pode, tudo pressente.

Amar é só o que há... Mas onde?

                                               
Andrea Cristina Lopes 


***imagens google***

                                                 Cascavel/Pr - 12/06/2018.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Adentra a noite



Adentra a noite

                        (Andrea Cristina Lopes)

... e assim sigo
Equilibrando-me
Entre o aqui e o ali
Passo os dias
Buscando malabares
Para driblar
As ciladas do tempo

Passo despercebida
Removo os enfeites antigos
Renovo cores
E não abro mão
De me defrontar às flores
Que a vida me há
De voltar a rimar.






















      ***imagens google***

terça-feira, 6 de outubro de 2015

NOITE E DIA



NOITE E DIA 
 Alice Ruiz

não me agradam
essas coisas que despertam
barulho, susto, água fria
tudo na minha cara
mais nenhum sonho por perto

não me agradam
essas coisas que adormecem
vazio, escuro, calmaria
tudo que lembra morte
quando nada mais dá certo

não me agradam
essas coisas sem poesia
uma noite só noite
um dia só dia

  
        ***imagens google***


                           ♪ ⊱✿◕‿◕✿⊰♪



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Poética



Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.




                      *** imagens google***