Final de Festa
Por Andrea Cristina Lopes
E vão passando no fundo dos meus olhos
Soltas, lentas, insistentemente belas
Vagam-me, ultrapassam-me
E inquirem-me sobre minhas memórias.
Histórias não minhas
Linhas de tempo tresloucadas
Estradas e barulho
Onde os olhos se fecham
E não contemplam mais nada
Apenas sentem as notas
E os acordes finais.
E suas mãos que deslizam
E seus ouvidos que sorriem
E sua alma extasiada
Flutua...
Nessa hora não há nem lua
Nem há madrugada
Só uma fenda entre a noite e o dia
Resguardando suas almas
De amor, saciadas.