quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Da magia da canção



Da magia da canção



O cinza anoitece o azul
A noite se aprofunda macia
Estrelas faíscam em silêncio
Em olhos de canção, a magia.

E não há tempo algum de tristeza
Que habite teu coração
Se teus olhos cumplices de estrelas
Matizam a ternura e a beleza
Dessa partitura da imensidão.




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quinta-feira, 10 de novembro de 2011



Reticências
                  Por Andrea Cristina Lopes


Porque a tua presença
Flutua-me por sobre os olhos
Intermitentes
Insones
De infindáveis esperas

Sem tempo
Já não sou nada
Nem ninguém
Nem penso ser

A não ser por essas reticências
Que sempre se acabam por indagar
Nos simples versos
A que me atrevo
Ao te escrever



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Ontem



Ontem

            Por Andrea Cristina Lopes


Perpetuei-me na nuança da tua pele
Fiz-me então refém, sedenta e faminta dela
Um entardecer inteiro numa recém-pintura
Dessa minha inquietante sensibilidade
Ainda úmida a tinta, pelos dias finais, a tela.

Teus olhos, maciços amparos, me tragam
Os únicos que não distam e ainda me retém
E todos teus sonhos de um outrora recente
Pela força de um céu inteiro me fazem ´inda feliz
Afagam-me e, ainda em dias vindouros me têm.

Dos teus lábios sólidos sorvi tempestade inteira
Sabor e aroma de chuva polvilhada com canela
Um desejo candente, reticente, quase esparso
Só saudade infinita de sonhos que não pude ou fiz
E restam meus olhos à praça, pelo vão da janela.





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terça-feira, 8 de novembro de 2011

DOS AMORES IMORTAIS



Dos Amores Imortais

                                 Por Andrea Cristina Lopes



Não sei o quanto nasci
para esses amores imortais,
desmedidos e ditos
sem explicação.

Pois estes sempre
chegam e se/me vão
descuidados,
sem falsos cerimoniais.





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Estranheza



Estranheza

                         Por Andrea Cristina Lopes


E dessa estranheza
Em que me percebo
Determino condições
Para uma reação em cadeia.

O labor por minhas mãos
Ora produzidos
Desenvolvem-se por si só
Mecanicamente
Sem que o interfira
No plantio
Dessa minha ora não razão.

Meus passos, alheios
Vão sortidos e sem finalidade
Não esperam por nada
É apenas um absoluto estranhamento
Desse tempo não comum.

E nesse embalo
Onde falta-me uma metade
Já não respiro saudade alguma
Nem esperança alguma
Sou só e apenas um aparte
Entre os dias que ficaram para trás
E os que me esperam
Depois da noite.





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Ora sim, ora não



Ora sim, Ora não

                         Por Andrea Cristina Lopes

                    Na verdade não parecia ser meu coração que doía. Era um pouco mais que isso. Todas as minhas vísceras eram solidárias e doíam em conjunto.

                    Eu não sentia borboletas no estômago enquanto esperava pela resposta que não vinha. Pareciam-me milhões de pássaros famintos que tentava desesperados, sair em revoada de de dentro de mim.

                     Seria um parto. Um parto múltiplo. Um parto antagônico. Dele morreria a ansiedade que estava consumindo-me já não tão lentamente.

                     De repente, a tosse engasgada. E nem ela era capaz de satisfazer a necessidade de ficar bem, de estar bem, de voltar a sentir-me bem. Tudo era uma questão de alguns passos.

                     Ele estava de costas para mim, observava pela janela.

                     Botei maior atenção. Seus gestos eram muito firmes e imprevisíveis. O pêndulo que equilibrava a certeza oscilava.

                    Quase meio dia indicavam os ponteiros.
                     Expressividade em seu semblante: Ora era o sim, ora era o não.





     


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sábado, 5 de novembro de 2011

Prossigo... Te luando


Prossigo...Te Luando
                                     Por Andrea Cristina Lopes


Acenastes-me as flores  do teu sono
Hieróglifos, de teu afável sonhar
E lugares sacros, imaculados
Para eu (lua) me transportar

Destes-me de beber
Do teu ser, mágica vertente, versar
E conhecer além, num silente voejar
Ao além mar, provar não obstante
A profundeza de um instante
Atido à luz do teu olhar

Me destes emoldurar a lua
Em transversos tateares
E segui luando teus versares
De silenciar estrelas pela noite
Intacto e serenado céu
Calando águas revoltas
In.contidas em tons de adeus
 ...
 O mesmo que em dia pálido
Eu vira ser estampado
No brilho dos olhos seus
 ...
 Deste-me tácito, do teu luar
e eu segui ... Luando
Deste-me implícito, do teu sonhar
e eu segui ... Versando


   
                *** imagens google***


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Enquanto


Enquanto
Por Andrea Cristina Lopes

Na noite a cumplicidade dos afetos
Obedece a uma escalada suprema
Pela rota das nebulosas
Estrelas hirtas são poemas.

Na noite sob a penumbra
Amantes repousam serenos
Canteiros revigoram seus galhos
Tin tinam grilos amenos.

Poetas presenciam estrelas
Pela noite onde se aquecem amores
Criptas sacras são tocadas
Umedece o orvalho, às flores.

Nesse tempo irrestrito de silencio
Ao céu eleva-se uma prece
E ouve-se de estrelas a aresta
No brio da noite que adormece.






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Meios e Termos


Meios e termos
Por Andrea Cristina Lopes


As flores prosseguem
estrelas morrem
estrelas nascem
todo o universo
enfim conspira
eu ainda não sei
a que vim.

De tudo que já quis um dia
ou que ainda quero
já não sei como medir
não sei como entender
ou esperar
então só espero
e procuro
não me amargurar.

E isso agora meu Deus?
Que me perde da noção
do que ainda me tenho
e direciona-me
tanto que não há outras ruas
para onde se siga
e nem becos
onde eu possa
esconder-me.

E sem meios
sem termos
ou termos e meios
passeia meu querer
e seu destino
a tudo mais
finito e
alheio.

Este poema estará em meu próximo livro, já em edição: VERSOS VERDES

***imagen google***


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Areias



Areias





A minha dor é só minha
É um labirinto vivo por onde
Recorro a mim mesma
E trilho ... Sigo só
Em fatos e circunstâncias.

Caminho e tateio paredes
Relevâncias que vão a lugar nenhum
Onde se esconde a minha certeza
Tão vazia, tão ruída
Fortalecida em tempo
Momento e sonhar algum.

E lá... nesse lugar
A mais certa propriedade que tenho
O brilho da tarde se avizinha
De noite escura
Embrenhada de um ácido sereno.

Minha dor, essa desventura
É nada mais que meu tormento
E um palpitar que nunca me esquece
É dia que se tece longo
E ... Apesar das areias removidas
E lançadas
...
Ao relento.

 
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domingo, 16 de outubro de 2011

De Manhã



De Manhã

                  Por Andrea Cristina Lopes

Não sejamos surpreendidos
Pelo sol que se abre em cortinas matinais
Aguçado pelo desejo
De nos despertar do ainda repouso.

Seja antes, nosso amor
Um próprio dia novo
E um sempre recomeçar
Sempre seja pássaro
Em direção ao pouso.

E depois de enternecer-se
Pelos instantes que ultrapassam a noite
Sem mácula alguma
Logo que a escuridão termina.

Sejamos também, um dia pleno
Iluminado pelo sol ... Seu intuito supremo
De jamais arrefecer
E.. Seguir pacífico

... Sereno

Pela sua incansável rotina.



                     

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Displicentes



Displicentes
                        Por Andrea Cristina Lopes


Meus olhos te seguem
Seja qual for a direção que o vento tome
Seja qual for o som
Bramido pelas ondas insanas
Da minha saudade
Sem designação de um nome
Que já não seja o teu.

Até breve, até qualquer lua
Até qualquer passo displicente pela rua
E por sua vez, que meus olhos abstratos.
Sejam de novo subtraídos
...
Límpidos, desapressados, não distraídos
Junção de teus irrequietos olhos
Novamente
Com a calmaria
...
Destes meus.





Brasil, outubro de 2011.



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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

De posse dos Teus Olhos



De posse dos Teus Olhos



E, nessas perspectivas
Crio artifícios para esconder-me do tempo
Evito contá-lo
Evito olhá-lo de frente
Para que não se aperceba
Da minha presença aflita.

De posse,
Olho teus olhos macios
E entremeio teus braços fortes
Guardo-me do mundo
Num tempo só nosso
E infinitamente válido.

Saudade, então
Já deveras esquecida
É banida para um mundo distante
Sem sol, sem chuva, nem vento
Apenas constelações
E paragens de sonhos
As mesmas que nos farão eternos
Enquanto juntos
...
E por amanhecer.




Brasil, 09/2011

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Luz dos meus olhos


Luz dos meus olhos
          
             Por Andrea Cristina Lopes



Se ora me brilha nos olhos
essa luz que de leve passeia,
é que adentraram os teus olhos
feito a lua, quando é noite
em margem espelhada de areia.

…......

É presença tua que me indaga
e que me achega em definitivo
inesperados pelo labirinto
desses meus trôpegos olhos
passivos,
o brilho que não se apaga.

….......

E essa paz que ora me vaga
é fruto dos teus olhos vivos
que dançam, me abalam serena
e passeiam pelo recinto
dos meus frágeis olhos cativos.





                           Brasil, julho de 2011.




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